Brasileiro escapa ileso em flotilha atacada por drones israelenses
Barco no qual estava Thiago Ávila não foi atingido e ativista denuncia 'guerra burocrática' contra missão humanitária que tem Gaza como destino
Poucas horas antes de ficar incomunicável, o ativista brasileiro e defensor da causa palestina, Thiago Ávila, denunciou em vídeo publicado nesta sexta-feira (02/05) que a missão humanitária da Flotilha da Liberdade, em Malta, foi alvo de ataque de drones.
Com uma delegação composta por 12 tripulantes e 6 passageiros de diversas nacionalidades, o navio se destinava à Faixa de Gaza, que sofre um bloqueio israelense que deixou os palestinos sem recursos básicos, incluindo alimentos e água, durante 58 dias.
“Nossa missão foi atacada naquela noite. Nosso barco foi bombardeado por drones, foi incendiado, havia um buraco no barco. As pessoas agora estão pedindo resgate, mas até agora esse resgate não chegou. Já se passaram 8 horas desde o ataque. Ainda não sabemos a origem do ataque, nem temos uma missão de resgate”, informou Ávila em vídeo.
De acordo com a apuração de Opera Mundi, o ativista teria estado em uma das embarcações da Flotilha que não foi atingida pelos drones.
O ativista também realizou um apelo pedindo que a comunidade internacional e os governos de todos os países exijam, em um primeiro momento, um “resgate financeiro” e, depois, uma mobilização contra o bloqueio total em Gaza.
“Missões humanitárias não violentas como a Flotilha da Liberdade só existem porque Gaza está sedenta por um bloqueio. Estão com fome e precisamos fazer algo em solidariedade ao povo palestino”, concluiu.

Reprodução/Print no X/Diario Red – América Latina
Em uma outra entrevista, ao Canal Red, Ávila detalhou que após o ataque, os tripulantes e passageiros passaram a se mobilizar, realizando o controle de danos e pedindo ajuda.
“Pedindo ajuda para que as pessoas levem a mensagem adiante, para nos ajudem a trazer mais recursos, capacidade de conectividade, capacidade de eletricidade, capacidade para mais alimentos e mais água também, até mesmo para a própria equipe”, disse, acrescentando que, neste momento, a tarefa é mobilizar a solidariedade internacional e conscientizar o mundo sobre o incidente.
“Aqui temos membros do Parlamento, temos médicos, temos artistas, temos influenciadores, temos trabalhadores de uma grande variedade de áreas, temos ativistas de movimentos sociais de base de todos os continentes do mundo, e vamos tentar denunciar o que está acontecendo”, afirmou o ativista. “Mesmo com essa guerra burocrática contra nossa missão confidencial, eles entenderam que teríamos toda a delegação no barco para assim nos atacar durante a madrugada”.
Opera Mundi entrou em contato com o Itamaraty que, por sua vez, relatou à reportagem que o governo do Brasil não tinha informações referentes ao caso até o início da tarde desta sexta-feira – sobretudo, do número de brasileiros no navio-, já que “não se tratava de um navio brasileiro, nem com envolvimento do governo brasileiro”.
