A primeira fase da campanha de vacinação na Faixa de Gaza contra a poliomielite superou a estimativa dos órgãos internacionais envolvidos ao imunizar cerca de 190 mil crianças até o momento.
A Faixa de Gaza, que há quase um ano sofre com os bombardeios e ataques israelenses, teve “pausas humanitárias” nos últimos dias para permitir a imunização. Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), a interrupção de ataques nesta primeira fase de vacinação “permitiu que famílias e agentes de saúde pudessem ter a confiança necessária para seguir com o trabalho [de imunização das crianças]”.
Apesar da campanha, a diretora regional do Unicef para o Oriente Médio e o Norte da África, Adele Khodr, adverte que ” risco da difusão da pólio em Gaza e arredores, principalmente em países vizinhos, permanece alto”.
A representante também lembra que, após 25 anos sem ocorrências da doença, agora, “devido ao esgoto não tratado e aos escombros [causados pela ofensiva israelense no enclave palestino], o perigo invisível voltou”. Segundo Khodr, foi confirmado um caso de poliomielite em um bebê de 11 meses.
A ação, realizada de forma conjunta pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), pela Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (Unrwa) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS), pretende vacinar até o final da campanha 640 mil crianças abaixo de 10 anos.
Para que o risco de disseminação do vírus da poliomielite seja erradicado, é preciso imunizar ao menos 90% do público-alvo, uma população estimada em mais de 600 mil menores de idade.
A poliomielite, conhecida como “paralisia infantil”, é uma doença altamente contagiosa causada por vírus e pode afetar crianças e adultos. Nos casos mais graves, a enfermidade leva à paralisia dos membros inferiores. A vacinação, que deve ser feita antes dos cinco anos, é a única forma de prevenção.
(*) Com Ansa