Em Cannes, Assange veste camiseta com nomes de crianças palestinas assassinadas por Israel
No festival, fundador do WikiLeaks usou vestimenta com frase 'Pare Israel' para condenar genocídio na Faixa de Gaza
O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, marcou presença nesta terça-feira (20/05) no Festival de Cinema de Cannes vestindo uma camiseta com os nomes de 4.986 crianças palestinas que foram assassinadas ao longo do genocídio promovido por Israel na Faixa de Gaza, desde outubro de 2023.
Nas costas, a vestimenta tem a frase “Pare Israel”, em clara condenação ao massacre em curso conduzido pelo governo do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu.
O motivo da aparição do ativista de direitos humanos e jornalista australiano no evento se deve à estreia do documentário O Homem de Seis Bilhões de Dólares (The Six Billion Dollar Man), que retrata a saga judicial de Assange, incluindo sua prisão e libertação após anos de perseguição política em decorrência da divulgação de documentos confidenciais dos Estados Unidos por meio do WikiLeaks.

X/Wikileaks
O filme é dirigido pelo cineasta norte-americano Eugene Jarecki, que recebeu o primeiro prêmio Globo de Ouro para documentários em Cannes, por seus trabalhos anteriores, que incluem seu filme de 2018 sobre Elvis, O Rei.
O ex-presidente do Equador, Rafael Correa, que chegou a oferecer asilo a Assange na embaixada equatoriana em Londres, também marcou presença no tapete vermelho.
Julian Assange’s t-shirt at Cannes lists the names of 4,986 Palestinian children aged five and under, killed by Israeli forces since 2023.
[Photos by David Fisher] pic.twitter.com/On8ikXw7y8
— WikiLeaks (@wikileaks) May 20, 2025
O jornalista australiano foi liberado em junho de 2024 da prisão de segurança máxima na capital inglesa, onde passou mais de cinco anos detido. Ele concordou em se declarar culpado em um tribunal dos EUA por revelar segredos militares, em troca da sua liberdade, dando desfecho ao drama legal.
Anteriormente, Assange havia passado sete anos confinado na embaixada do Equador em Londres, onde buscou refúgio para evitar a extradição por acusações de agressão sexual na Suécia, que mais tarde foram retiradas. A perseguição norte-americana se deu com a divulgação de documentos que comprovaram crimes cometidos por militares do país em suas campanhas no Iraque e no Afeganistão.
(*) Com Brasil de Fato
