O Ministério das Relações Exteriores do Catar anunciou neste sábado (18/01) que o acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza, que prevê a libertação dos reféns retidos pelo Hamas em troca de prisioneiros palestinos, entrará em vigor no dia seguinte, às 8h30 da manhã pelo horário local (2h30 pelo horário de Brasília). O plano foi aprovado pelo governo de Israel na noite de sexta-feira (17/01).
“O governo aprovou o plano de libertação de reféns”, afirmou o governo do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, em comunicado, horas após o Gabinete de Segurança ter dado o aval para a aprovação final do acordo. “O plano de libertação de reféns entrará em vigor no domingo, 19 de janeiro de 2025”.
O texto prevê uma primeira fase do acordo com duração de seis semanas, durante as quais serão libertados 33 reféns israelenses mantidos pelo Hamas no enclave em troca de até 1.904 prisioneiros palestinos detidos em prisões israelenses, de acordo com o governo em Tel Aviv citado por Times of Israel. Segundo o veículo israelense, esta fase contemplará a libertação de alguns membros do Hamas, da Jihad Islâmica e do movimento Fatah da Autoridade Palestina, juntamente com mulheres e crianças. Já o fim definitivo dos ataques no enclave começará a ser negociado no final da primeira fase do acordo.

Exército do Israel segue atacando Gaza apesar a ratificação do acordo de cessar-fogo no enclave
Três mulheres israelenses
Segundo o governo israelense, três pontos de acolhimento serão instalados na fronteira entre o sul de Israel e a Faixa de Gaza. A expectativa é que três reféns israelenses mulheres sejam as primeiras a deixarem o enclave palestino, de acordo com fontes próximas ao Hamas. Elas serão examinadas por uma equipe médica e, em seguida, conduzidas a um hospital.
O acordo ratificado nesta sexta-feira ainda determina o retorno de moradores palestinos deslocados às suas residências e a entrada de 600 caminhões de ajuda humanitária por dia na Faixa de Gaza.
De acordo com as Nações Unidas, o massacre em Gaza provocou destruições sem precedentes, além da morte de quase 47 mil palestinos, segundo o Ministério da Saúde do enclave, sendo a maior parte das vítimas civis. Do lado israelense, 1.210 pessoas morreram nos ataques de 7 de outubro de 2023.
Apesar de concordarem com o cessar-fogo, as operações lideradas pelo governo de Israel continuam no enclave. Neste sábado, as autoridades sanitárias palestinas informaram que pelo menos 23 pessoas morreram em ataques israelenses.
(*) Com RFI