O governo da China anunciou nesta quarta-feira (17/07) que sediará uma reunião entre diferentes grupos de resistência palestinos, incluindo o Hamas. A cúpula deve acontecer entre os dias 21 e 22 de julho, na cidade de Pequim, e terá como objetivo buscar uma união de esforços para a reconstrução da Faixa de Gaza após um possível cessar-fogo na região.
Em um comunicado difundido também nesta quarta, o Hamas confirmou sua aceitação ao convite chinês e disse que enviará representantes ao país nos próximos dias.
Husan Badran, membro do gabinete político do Hamas, declarou que o movimento “recebeu um gentil convite da República Popular da China, também enviado a outras organizações palestinas, para realizar uma reunião cujo intuito é fazer prevalecer a necessidade de uma unidade nacional, acabando com as divisões que mantemos atualmente”.
“Este convite foi respondido com espírito positivo e responsabilidade nacional, a fim de alcançar uma união que corresponda aos anseios do povo palestino e se adapte aos seus sacrifícios e heroísmo”, completou o comunicado assinado por Badran.
Por sua parte, o Ministério das Relação Exteriores da China explicou que a iniciativa de reunir as organizações palestinas visa “criar uma plataforma na qual esses grupos possam dialogar e alcançar uma reconciliação”.
Husam Badran, a member of Hamas’s political bureau and head of the national relations office, stated in a press release to the Anadolu Agency:
“Hamas and the Palestinian factions have received a kind invitation from the People’s Republic of China to hold an expanded factional… pic.twitter.com/dwmsn46cgM
— Ebrahem Elmadhoun (EN) (@ibmadhun_en) July 16, 2024
Pequim também defende que a unidade entre essas organizações seria essencial para que exista um contraponto a favor dos palestinos após um possível cessar-fogo e o início da reconstrução na Faixa de Gaza.
Essa preocupação surge das declarações do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e também de outras autoridades israelenses, defendendo a imposição de um controle político israelense sobre Gaza após um possível cessar-fogo e até a permissão para o reassentamento da região por parte de colonos israelenses.
Nas negociações de paz que vem sendo realizadas na cidade do Cairo, há divergências sobre essa questão entre os representantes dos três países mediadores: Egito e Catar se mostram contra a proposta de Netanyahu, enquanto os Estados Unidos dizem defender um meio termo entre os interesses de Israel e dos palestinos.
Esta será a segunda reunião do ano entre os grupos palestinos em território chinês. A primeira ocorreu em abril e reuniu integrantes do Hamas, que governa a Faixa de Gaza, e também do Fatah, grupo que domina a Autoridade Nacional Palestina (ANP), que controla o território da Cisjordânia, mas que foi expulso de Gaza em 2007.
A iniciativa de buscar uma reconciliação entre os diferentes grupos palestinos – não somente o Hamas e o Fatah, mas também a Jihad Islâmica e outros – já foi buscada sem sucesso por mediadores do Egito, Qatar, Rússia e Arábia Saudita.