Colonos israelenses invadem mesquita e agência da ONU em Jerusalém Oriental
Durante marcha sionista no chamado 'Dia de Jerusalém', milhares de manifestantes insultaram palestinos e gritaram 'morte aos árabes'
Manifestantes israelenses invadiram nesta segunda-feira (26/05) uma instalação da Agência das Nações Unidas para Refugiados Palestinos (UNRWA, na sigla em inglês), além do complexo da Mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém Oriental, durante uma marcha anual para celebrar a ocupação da parte oriental da cidade por Israel.
De acordo com a emissora catari Al Jazeera, alguns gritavam frases como “Morte aos árabes” e “Que sua aldeia queime” no chamado “Dia de Jerusalém”, que comemora a ocupação israelense e a anexação de Jerusalém Oriental após a guerra de 1967.
Segundo o veículo, “milhares de policiais fortemente armados e policiais de fronteira foram enviados com antecedência” para conter a agressividade dos colonos israelenses, que “atacam e assediam palestinos, além de lojas, no bairro muçulmano”. Vale ressaltar que os colonos vivem na Cisjordânia ocupada e em Jerusalém Oriental em assentamentos e postos avançados que, sob o direito internacional, são ilegais.
A Al Jazeera também descreveu que grupos de jovens extremistas foram vistos confrontando, insultando e, às vezes, cuspindo nos palestinos, incluindo crianças “em idade escolar”. Segundo a agência AFP, a polícia deteve ao menos dois jovens agressores.
A UNRWA, acusada pelo regime sionista de ter tido cumplicidade com o Hamas no ataque de 7 de outubro de 2023 e ter sido proibida a operar no território palestino ocupado, também foi invadida por um grupo de manifestantes israelenses.

Israelenses extremistas insultaram e agrediram palestinos durante a marcha anual que celebra ochamado ‘Dia de Jerusalém’
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O coordenador da UNRWA na Cisjordânia, Roland Friedrich, relatou que cerca de uma dúzia de israelenses, incluindo a legisladora Yulia Malinovsky, responsável pela articulação da lei que restringiu as atividades da agência na região, invadiram o complexo.
A procissão contou com a participação de figuras da extrema direita israelense, como o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, o ministro do Negev e da Galileia, Yitzhak Vaserlauf, o membro do Parlamento do Knesset, Yitzhak Kreuzer, entre outros políticos e os mais de dois mil manifestantes que invadiram o complexo da Mesquita de Al-Aqsa e arredores.
(*) Com informações de Al Jazeera