A grave crise humanitária gerada pela guerra de Israel na Faixa de Gaza aprofunda-se com as fortes chuvas que atingem o enclave palestino. Segundo a Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos da ONU (UNRWA), cerca de 500 mil pessoas estão em perigo devido às inundações e à falta de abrigo adequado.
“Em Gaza, as primeiras chuvas do inverno significam ainda mais sofrimento. Cerca de meio milhão de pessoas sobrevivem precariamente em áreas sob risco de inundação. A situação só piora a cada gota de chuva, a cada bomba, a cada ataque“, informou a agência por meio das redes sociais.
En #Gaza, las primeras lluvias de la temporada invernal significan aún más sufrimiento. Alrededor de medio millón de personas sobreviven de manera precaria en zonas de riesgo de inundación.
La situación sólo empeora con cada gota de lluvia, cada bomba, cada ataque. pic.twitter.com/OUveIYeESS
— UNRWA.es (@UNRWAes) November 25, 2024
A agência humanitária das Nações Unidas alerta para mais um inverno que Gaza vai viver sobre ataque de Israel. “As temperaturas estão caindo e a chuva está começando. Não há abrigos seguros, cobertores ou roupas quentes para as pessoas buscarem algum descanso. O aquecimento é inexistente e o último recurso para se manter aquecido é queimar plástico”, explica.
“O inverno em Gaza significa que as pessoas não morrerão apenas por causa de ataques aéreos, doenças ou fome. O inverno em Gaza significa que mais pessoas morrerão tremendo de frio, especialmente entre os mais vulneráveis, incluindo idosos e crianças”, alerta a UNRWA, exigindo cessar-fogo e fornecimento de suprimentos, inclusive para a temporada de inverno.
Por causa dos incessantes bombardeios israelenses que destroem construções civis, em especial, casas de muitos palestinos, a população vive temporariamente em tendas, que agora estão em condições precárias devido às chuvas, deixando milhares de famílias vulneráveis às intempéries, sem qualquer tipo de abrigo eficaz.
O diretor do Hospital Al-Quds da Sociedade do Crescente Vermelho na Faixa de Gaza, Bashar MuraD, revelou que mais de 10 mil tendas em Mawasi Khan Yunis foram destruídas por fortes ventos e chuva, forçando os civis deslocados a moverem as suas tendas para áreas distantes, em condições muito difíceis.
A esta situação já crítica soma-se a escassez de alimentos, água potável e cuidados médicos, que empurra Gaza para uma crise ainda mais grave, com as dois milhões de pessoas que moram na região em situação de necessidade urgente, como alertam as autoridades humanitárias.
(*) Com Ansa