Atualizada às 12h50.
Após pressão do Consulado de Israel no Brasil, a Câmara Municipal de São Paulo cancelou a realização do “Seminário sobre a situação da Palestina e o Partido dos Trabalhadores”, que iria acontecer na noite da última terça-feira (25/06).
O evento estava marcado para às 19h na Sala Oscar Pedroso Horta, onde também seria lançado o Núcleo Palestina do Partido dos Trabalhadores (PT), a fim de intensificar as atividades pela luta palestina dentro do partido.
No entanto, no final da tarde, a vereadora Luna Zarattini (PT), responsável pela reserva da sala para a iniciativa, foi comunicada sobre a suspensão do seminário por meio de um comunicado enviado pelo presidente da Câmara, Milton Leite (União Brasil).
Ao receber o ofício, Zarattini denunciou o ato da Câmara em suas redes sociais, classificando a suspensão do seminário como censura.
CENSURA! Câmara Municipal de SP proíbe seminário sobre a questão Palestina!
Absurdo! Por que censurar um debate sobre uma questão humanitária urgente e de importância mundial? Precisamos debater os caminhos para o cessar-fogo imediato, em busca da paz e pelo fim de qualquer… pic.twitter.com/GqsjtkIAdm
— Luna (@lunazarattini) June 25, 2024
“Absurdo! Por que censurar um debate sobre uma questão humanitária urgente e de importância mundial? Precisamos debater os caminhos para o cessar-fogo imediato, em busca da paz e pelo fim de qualquer genocídio”, escreveu a vereadora.
Zarattini ainda afirmou que a Câmara Municipal, “que se diz a casa do povo”, deveria ser um espaço democrático, mas promove censura sobre a questão palestina.
O comunicado enviado por Leite informava a suspensão do seminário “considerando as preocupações expressas pelo Consulado Geral de Israel em São Paulo”.
Além disso, apresentava o objetivo de “garantir uma análise detalhada dos aspectos relacionados ao evento, assegurando que todas as atividades promovidas na Casa estejam alinhadas aos princípios de respeito, diplomacia e segurança pública”.
O documento foi finalizado ao informar que a realização do evento deve ser impedida “até que a análise e a averiguação estejam completas”.
Por sua vez, o Consulado de Israel divulgou, também na terça-feira, uma nota contra o material de divulgação do evento, que incluía um logo com o território sob ocupação israelense em vermelho e com a inscrição do PT, e um pombo branco carregando uma bandeira palestina.
Para a representação israelense no Brasil, o material apresenta um “teor fortemente antissemita”. O texto ainda afirma que o desenho “sugere o fim do Estado de Israel, em uma clara expressão contra a autodeterminação do povo judeu”.
(*) Com Revista Fórum