Equipes da Defesa Civil da Faixa de Gaza anunciaram nesta terça-feira (30/07) que encontraram pelo menos 300 corpos de palestinos em Khan Younis, no sul do enclave, após a retirada do exército de ocupação israelense. As centenas de mortes, de acordo com a agência de notícias local Wafa, decorreram da operação lançada em 22 de julho.
“Desde o início da invasão terrestre israelense nas regiões orientais da província de Khan Younis, que começou em 22 de julho e durou oito dias, a Defesa Civil e as equipes médicas recuperaram cerca de 300 mártires, muitos dos quais são cadáveres em decomposição”, declarou o porta-voz da Defesa Civil, Mahmoud Bassal, à Agência France-Presse (AFP).
De acordo com Bassal, as tropas israelenses impediram suas tripulações de resgatar os feridos durante os ataques, o que acabou levando-os à morte e, posteriormente, à decomposição de corpos.
As equipes que trabalham no local também indicaram que receberam cerca de 200 relatos de pessoas desaparecidas no leste de Khan Younis. Os grupos seguem tentando recuperar o restante de cadáveres espalhados nas ruas da cidade, enquanto as estradas se encontram interditadas e 90% da infraestrutura local está destruída.
Ataque em Khan Younis
Em 22 de julho, milhares de palestinos foram forçados a fugir depois que Israel lançou um ataque terrestre contra o que alegou serem “alvos do Hamas” em Khan Younis.
As Forças de Defesa de Israel (IDF, por sua sigla em inglês) anunciaram que estavam reduzindo o tamanho de sua chamada “zona humanitária”, ordenando que a população civil evacuasse dos bairros da cidade localizada no sul de Gaza.
O Escritório de Direitos Humanos da ONU (ACNUDH, na sigla em inglês) criticou a ordem de evacuação como “confusa” e disse que “não deu tempo para os civis saberem de quais áreas eles deveriam sair ou para onde deveriam ir”.
Os ataques na região deixaram dezenas de mortos e centenas de feridos logo nas primeiras horas da operação. No primeiro momento da incursão israelense, o porta-voz do Complexo Médico Nasser, Mohammad Saqer afirmou que o hospital emitiu atestados de óbito para 75 palestinos, enquanto quase 300 pessoas estavam feridas.
(*) Com Ansa