A delegação da Palestina desembarcou nesta quinta-feira (25/07) em Paris, na França, para os Jogos Olímpicos e foi recepcionada por cerca de 100 apoiadores aos repetidos gritos de “Palestina livre”. Os oito atletas palestinos chegaram ao aeroporto Roissy-Charles de Gaulle e receberam presentes, rosas, lenços, bandeiras e tâmaras, fruta que simboliza a nação.
Além dos eventos esportivos, a delegação olímpica que chegou de Ramallah revelou que aproveitará as Olimpíadas para denunciar o genocídio em curso promovido por Israel contra o povo palestino na Faixa de Gaza.
“Hoje, a Palestina envia uma mensagem ao mundo: a necessidade de acabar com o genocídio contra nosso povo na Faixa de Gaza, de acabar com a ocupação e o regime de apartheid nos territórios palestinos ocupados”, comentou Hala Abu Hasira, representante da Autoridade Palestina na França.
ACTU
PALESTINE 🇵🇸 : JO 2024 Paris: la délégation olympique palestinienne arrive aux Jeux de Paris 2024.
La délégation d’athlètes et d’autorités du Comité olympique palestinien arrive à l’aéroport Charles de Gaulle pour rejoindre l’équipe qui participera aux Jeux de Paris 2024 et… pic.twitter.com/onL9wAfC9o— France-AfriqueMÉDIA (@FranceAfrique23) July 25, 2024
Segundo a agência de notícias AP, alguns atletas, simpatizantes franceses e políticos pediram que o país europeu reconheça a independência do Estado palestino, enquanto outros expressaram indignação com a presença de Israel nos Jogos mesmo após especialistas em direitos humanos apoiados pelas Nações Unidas (ONU) terem determinado que as autoridades de Tel Aviv são responsáveis por “crimes de guerra e crimes contra a humanidade”.
“A França não reconhece a Palestina como um país, então estou aqui para levantar a bandeira”, disse Yazan Al-Bawwab, um nadador palestino de 24 anos nascido na Arábia Saudita, e que será porta-bandeira do time durante a cerimônia de abertura. “Não somos tratados como seres humanos, então, quando praticamos esportes, as pessoas percebem que somos iguais a elas”.
O Comitê Olímpico Palestino relata que 300 atletas, funcionários e voluntários do esporte foram mortos em Gaza em decorrência das operações militares de Israel intensificadas em 7 de outubro de 2023. De acordo com o balanço mais recente divulgado pelo Ministério da Saúde local, mais de 39 mil pessoas morreram no enclave.
“O Comitê Olímpico Israelense perdeu seus direitos morais, esportivos, humanitários e legais de participar ao incentivar e, em alguns casos, participar da guerra, do genocídio e da limpeza étnica em curso em Gaza”, criticou o presidente do comitê palestino, Yibril Rayub.
Apenas alguns dos atletas palestinos se classificaram e a maioria foi convidada pelo Comitê Olímpico Internacional. A Palestina competirá nas categorias de boxe, taekwondo, tiro e natação.
(*) Com Ansa e Brasil de Fato