Às vésperas da medida entrar em vigor, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, realizou uma declaração pública neste sábado (18/01) chamando a primeira etapa do acordo selado com o Hamas de “cessar-fogo temporário” e enfatizando que o regime sionista continuará agindo no território palestino até que “todos os seus objetivos de guerra sejam concluídos”.
Em seu discurso, o premiê revelou que tanto o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, quanto Joe Biden, permitiram o governo israelense a retomar seus ataques no enclave em caso de impasse nas próximas etapas do tratado. E caso as operações sejam retomadas, alertou que serão realizadas de “maneiras novas e contundentes”.
Netanyahu também disse que o acesso ao corredor da Filadélfia e a presença militar israelense ao longo da fronteira com Gaza eram pré-condições para aceitar o acordo.
“Vamos aumentar nossa presença militar lá”, disse, acrescentando que seu governo não permitirá “a chegada de armas” para o Hamas. Segundo a emissora catari Al Jazeera, no entanto, esta medida contradiz com os termos do acordo, que diz que Israel “reduzirá gradualmente as forças na área do corredor durante o estágio 1”.

O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu aborda o acordo de cessar-fogo com Hamas em uma declaração em vídeo divulgada por redes sociais
Momentos antes de seu discurso público, Netanyahu ameaçou não prosseguir com o cessar-fogo enquanto não recebesse a lista dos 33 reféns que serão libertados pelo Hamas na primeira fase do acordo, podendo atrasar a implementação do tratado prevista para domingo (19/01).
“Não avançaremos com o esboço até recebermos uma lista dos reféns a serem libertados, conforme acordado”, disse Netanyahu em um comunicado divulgado pelo seu gabinete. “Israel não tolerará violações do acordo. A única responsabilidade é do Hamas.”