Em 48 horas, Israel mata ao menos 436 palestinos na Faixa de Gaza
Após ruptura do cessar-fogo, Ministério da Saúde atualizou número de vítimas e relatou que funcionário da ONU foi assassinado em ataque israelense
O Ministério da Saúde de Gaza informou nesta quarta-feira (19/03) que as forças israelenses mataram pelo menos 436 palestinos em 48 horas. O Exército de Israel retomou seus ataques no dia anterior, após o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, com o aval dos Estados Unidos, romper o acordo de cessar-fogo que havia estabelecido com o Hamas.
O balanço foi fornecido pela Defesa Civil do enclave palestino à agência AFP, que, anteriormente, havia falado em 970 óbitos em 48 horas, notícia depois anulada.
O boletim divulgado pela pasta ao meio-dia da última segunda-feira (17/03), antes da ruptura do tratado, apontava que o número de óbitos na guerra era de 48.577. Já ao meio-dia desta quarta-feira, o balanço falava em 49.013 mortos, 436 a mais em apenas dois dias.
O governo local relatou que o Exército israelense matou um funcionário estrangeiro das Nações Unidas (ONU) e feriu gravemente outros cinco profissionais em um ataque à sede da organização, no centro de Gaza. As vítimas foram prontamente transferidas ao Hospital dos Mártires de Al-Aqsa, em Deir el-Balah.
A ofensiva foi condenada pelo Escritório de Mídia de Gaza, que a descreveu como “parte de uma política deliberada que visa a ONU e as instituições humanitárias para impedi-las de cumprir seu dever de ajudar o povo palestino”.
“Pedimos às Nações Unidas que tomem uma posição clara e forte em relação a este crime e ajam imediatamente” para responsabilizar Israel, acrescentou a entidade, ao mesmo tempo em que pediu uma “investigação internacional urgente”.

O Ministério da Saúde de Gaza informou que Israel matou um funcionário estrangeiro das Nações Unidas (ONU) e feriu gravemente outros cinco profissionais em um ataque à sede da organização, no centro de Gaza
Retomada das agressões israelenses
As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) retomaram os bombardeios contra os palestinos em Gaza alegando que o Hamas rejeitou os pedidos de extensão da primeira fase do cessar-fogo e acusando-o de preparar novos ataques, o que foi negado pelo grupo. O movimento de resistência expressou prontidão em prosseguir nas negociações para a segunda fase do acordo, enquanto o regime sionista insistia em alterar as cláusulas inicialmente estabelecidas no tratado.
O reinício das hostilidades foi condenado pela comunidade internacional, incluindo a ONU e a União Europeia (UE), que se disseram “chocadas” com os bombardeios israelenses. Enquanto isso, Washington culpou o Hamas pela retomada do conflito.
O acordo de cessar-fogo havia começado em 19 de janeiro e permitiu a restituição de 33 reféns israelenses (sendo oito deles mortos) e cinco tailandeses, bem como a soltura de mais de 1,7 mil prisioneiros palestinos. Cerca de 60 pessoas retidas pelo Hamas, desde 7 de outubro de 2023, continuam em Gaza.
(*) Com Ansa
