A Fundação Hind Rajab (HRF, por sua sigla em inglês), apresentou nesta segunda-feira (13/01), ao Tribunal Penal Internacional (TPI), um pedido de prisão imediata do major-general israelense Ghassan Alian, por seu envolvimento na operação que impôs um bloqueio total da ajuda humanitária à Faixa de Gaza, em meados de 2024, durante o massacre contra o enclave palestino.
Além da denúncia levada ao TPI, a entidade também informou às autoridades da Itália sobre a presença de Alian na cidade de Roma.
Segundo o dossiê entregue pela HRF, o major-general Ghassan Alian é chefe do Departamento de Coordenação das Atividades Governamentais nos Territórios (COGAT, por sua sigla em inglês), cargo pelo qual foi responsável por supervisionar o bloqueio total de suprimentos à Faixa de Gaza.
No documento, a HRF afirma que Alian “foi um dos que operacionalizou a política com a qual o Estado de Israel transformou a fome da população civil em arma de guerra”.

Ghassan Alian é apontado como um dos responsáveis por operacionalizar a política de bloqueio total da ajuda humanitária à Faixa de Gaza, em meados de 2024
A Fundação enfatiza que a Itália é um dos membros mais notórios do TPI, já que a entidade foi criada a partir do Estatuto de Roma, assinado em 1998 na capital do país, e que, portanto, caso o tribunal dê parecer favorável à prisão do militar israelense, o governo italiano estaria obrigado a acatar a decisão.
Vale lembrar que o TPI já emitiu mandados de prisão por crimes semelhantes contra funcionários israelenses e até mesmo contra o próprio primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, responsabilizado pelos crimes de guerra e contra a humanidade cometidos na Faixa de Gaza.
A Fundação Hind Rajab também foi protagonista do pedido de investigação realizado no Brasil no dia 5 de janeiro, quando Justiça Federal iniciou um processo contra o soldado israelense Yuval Vagdani, por decisão da juíza federal Raquel Soares Charelli.
Vagdani, que estava passando férias no Brasil, foi acusado de atuar na demolição de um quarteirão residencial na Faixa de Gaza, em novembro de 2024. Ele conseguiu fugir do Brasil horas depois da decisão da Justiça, com a ajuda da embaixada de Israel no país.