O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo (SJSP) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) solidarizam-se com Juca Kfouri e expressaram repúdio aos ataques direcionados de organizações sionistas que o profissional tem sofrido.
As hostilidades contra o jornalista decorrem da publicação do artigo Hipocrisia e emoções olímpicas, no dia 24 de julho, em sua coluna no jornal Folha de S. Paulo, em que defende a contradição do Comitê Olímpico Internacional (COI) ao banir a Rússia dos Jogos Olímpicos de Paris, em razão da invasão da Ucrânia, mas permite a participação de Israel, que promove um massacre na Faixa de Gaza.
Após a publicação do texto, a Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp) emitiu uma nota alegando que Kfouri “propaga o seu antissemitismo ao questionar Israel nas Olimpíadas 2024”.
Já a organização judaica B’nai B’rith declarou que a manifestação de Kfouri é “ignorância e irresponsabilidade aliada a antissemitismo”.
SJSP e Fenaj defenderam, além de Kfouri, “a liberdade de expressão e de prática do bom jornalismo, com senso crítico e pluralidade de opiniões”
De acordo com as organizações em defesa do jornalista, estes são “ataques grosseiros que tentam negar aquilo que as próprias instâncias e tribunais da Organização das Nações Unidas já reconheceram: que Israel pratica genocídio e crimes de guerra tanto em Gaza como na Cisjordânia, e que a ocupação colonial de territórios da Palestina por Israel é “absolutamente ilegal””.
O SJSP e a Fenaj lembram ainda que desde 7 de outubro, o exército israelense matou mais de 39 mil palestinos, feriram mais de 90 mil e submetem à fome cerca de 2 milhões de habitantes de Gaza.
“Além disso, Israel mantém milhares de palestinos presos, e tortura muitos deles, como denunciou a respeitada organização Anistia Internacional”, menciona a nota.
O documento ainda questionou as denúncias infundadas de antissemitismo: “as críticas ao sionismo e ao Estado de Israel nada têm de antissemitismo. No mundo todo, centenas de milhares de judeus repudiam a ocupação colonial da Palestina e o genocídio praticado por Israel em Gaza”.
Por fim, a nota ainda defendeu, além de Kfouri, “a liberdade de expressão e de prática do bom jornalismo, com senso crítico e pluralidade de opiniões”.
