Quinta-feira, 12 de junho de 2025
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O governo da Escócia anunciou nesta segunda-feira (19/08) que não realizará mais reuniões com embaixadores israelenses até que seja observado “progresso real” nas negociações para um cessar-fogo na Faixa de Gaza.

A decisão veio após críticas ao encontro entre o Secretário de Assuntos Externos da Escócia, Angus Robertson, e a vice-embaixadora de Israel no Reino Unido, Daniela Grudsky.

Robertson justificou que a reunião visava enfatizar a necessidade de um cessar-fogo imediato, mas reconheceu que o encontro gerou percepções negativas de normalização das relações entre Escócia e Israel.

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O encontro foi marcado por controvérsias dentro do próprio Partido Nacional Escocês (SNP, na sigla em inglês), com figuras importantes da própria sigla manifestando desaprovação.

Patrick Harvie, co-líder dos Verdes Escoceses, criticou o encontro como “um erro de julgamento”, sugerindo que a reunião transmitiu uma impressão equivocada de aceitação das ações de Israel em Gaza.

Por sua vez, Robertson reconheceu as críticas e afirmou que, em retrospectiva, teria focado exclusivamente no apelo por um cessar-fogo e no fim imediato da violência, destacando que a posição escocesa sempre foi de “condenação clara” à guerra de Israel no enclave palestino.

Scottish Government/Flickr
Angus Robertson também pediu desculpas por não ter restringido discussão com Grudsky exclusivamente à questão do cessar-fogo em Gaza

O representante escocês também pediu desculpas por não ter restringido a discussão com Grudsky exclusivamente à questão do cessar-fogo.

Por sua vez, o primeiro-ministro da Escócia, John Swinney, justificou a reunião “com base no fato de que constituiria uma oportunidade para transmitir a posição consistente sobre a matança e o sofrimento de civis inocentes na região”.

Por meio das redes sociais, na última quarta-feira (14/08), o mandatário disse entender os que acreditaram que a reunião não seria apropriada. “No entanto, achei necessário delinear nossa posição de longa data sobre um cessar-fogo imediato diretamente e explicitamente a um dos representantes de Israel no Reino Unido”, defendeu.

Assim, garantiu que o governo escocês não aceitará novos convites de Israel até que sejam feitos avanços concretos rumo à paz e à cooperação de acordo com as obrigações internacionais.

Ele destacou ainda que essa postura reflete a firme condenação da Escócia às ações israelenses na região e que só será revisada quando o progresso for visível, incluindo o acesso irrestrito à ajuda humanitária em Gaza e a cooperação de Israel em investigações sobre possíveis crimes de guerra.

(*) Com Brasil247