Quarta-feira, 16 de julho de 2025
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O vice-secretário de Estado norte-americano, Christopher Landau, informou nesta segunda-feira (30/06) que o Departamento de Estado dos EUA revogou os vistos dos integrantes da banda inglesa Bob Vylan após sua manifestação pró-Palestina durante o Festival de Glastonbury, realizado na Inglaterra.

“O Departamento de Estado revogou os vistos americanos dos integrantes da banda Bob Vylan em vista de seu discurso odioso em Glastonbury, que incluiu a liderança da multidão em cânticos de morte. Estrangeiros que glorificam a violência e o ódio não são bem-vindos em nosso país”, escreveu Landau na rede social X.

No último sábado (27/06), o rapper Pascal “Bobby” Robinson-Foster, liderou gritos como “Palestina Livre”, “Morte às IDF (Forças de Defesa Israelenses)” e “do rio até o mar a Palestina deve ser e será livre” durante sua apresentação no palco West Holts do festival.

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A performance também foi acompanhada de uma bandeira da Palestina e de um telão com a frase: “As Nações Unidas chamaram isso de genocídio. A BBC chama isso de ‘conflito'”, em referência aos ataques de Tel Aviv contra os palestinos em Gaza e à forma como o canal público britânico cobre o tema.

Após a manifestação, o vocalista da banda fez uma publicação no Instagram com uma reflexão sobre inspirar novas gerações à luta política e social. “Vamos mostrar a eles em voz alta e visível a coisa certa a fazer quando queremos e precisamos mudar”.

 

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Uma publicação compartilhada por @celebrities4palestine

“Ensinar nossos filhos a falar pela mudança que eles querem e precisam é a única maneira de tornar este mundo um lugar melhor. Hoje é uma mudança em seus jantares escolares, amanhã é uma mudança na política externa”, argumentou. “Eu falei o que falei”, concluiu, por fim.

Bob Vylan expõe bandeira palestina durante apresentação no festival Coachella, nos EUA
bobbyvylan/Instagram

Investigação na Inglaterra

Além da revogação dos vistos norte-americanos, a polícia do Reino Unido iniciou, também nesta segunda-feira (30/06), uma investigação criminal para apurar as declarações contra Israel feitas pelos artistas durante o festival musical.

Após analisar “imagens de vídeo e áudio, decidimos que mais investigações são necessárias e um inquérito criminal está sendo conduzido”, declarou a polícia do sudoeste da Inglaterra.

O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, condenou os cânticos de “morte às Forças de Defesa de Israel” e disse que não há “desculpa para esse tipo de discurso de ódio terrível”.

Por sua vez, a emissora pública britânica BBC lamentou o fato de não ter retirado do ar a transmissão ao vivo da apresentação quando as declarações contra Israel foram feitas.

“Em retrospectiva, deveríamos ter retirado a transmissão durante a apresentação. Lamentamos que isso não tenha acontecido”, afirmou o canal.

Segundo a BBC, “milhões de pessoas” assistiram à cobertura do festival, “mas uma apresentação nas transmissões ao vivo incluiu comentários profundamente ofensivos”. “A BBC respeita a liberdade de expressão, mas se posiciona firmemente contra a incitação à violência. Os sentimentos antissemitas expressos por Bob Vylan foram totalmente inaceitáveis e não têm lugar em nossas ondas de rádio, acrescentou a nota.

Já o órgão de vigilância da imprensa britânico, Ofcom, alertou que está “muito preocupado” e que a BBC terá que responder sobre o caso.

(*) Com Ansa