A ex-ministra de Relações Exteriores de Israel, Tzipi Livni, foi expulsa nesta terça-feira (26/11) das atividades do 10º Fórum da Aliança das Civilizações das Nações Unidas (UNAOC), realizado em Cascais, cidade de Portugal. A política israelense é conhecida por sua cumplicidade nos crimes de guerra no âmbito da “Operação Chumbo Fundido” contra a Faixa de Gaza em 2008. A ação resultou no massacre de pelo menos 1,4 mil palestinos, em sua maioria civis, e foi definida pela ONU como sendo uma “punição coletiva”.
Segundo a Agência de Notícias da Argélia (APS), a expulsão foi conduzida pela delegação argelina chefiada por Ahmed Attaf, ministro das Relações Exteriores e da Comunidade Nacional no Exterior, com apoio de outros países árabes e islâmicos, além daqueles que protestam contra o genocídio em curso no território palestino.
De acordo com o veículo, delegações de diversas nações teriam sido “surpreendidas pela presença da criminosa de guerra” na véspera da abertura do evento, que reúne participantes que “acreditam no diálogo entre civilizações e na convivência pacífica”. Ameaçando abandonar a conferência, as delegações pressionaram pela retirada da ex-ministra israelense. Após negociações, os organizadores decidiram expulsar Livni e retiraram o seu convite oficial.
A Plataforma Unitária de Solidariedade com a Palestina (PUSP), que tinha convocado um protesto em frente ao Centro de Congressos do Estoril para exigir a proibição da ex-ministra israelense no evento, declarou que “Portugal não pode continuar a normalizar elementos de governos israelenses envolvidos em crimes de guerra e em crimes contra a humanidade”.
Quem é Tzipi Livni?
A ex-ministra de Relações Exteriores de Israel, Tzipi Livni integrou o gabinete de guerra que conduziu o massacre de Gaza entre dezembro de 2008 e janeiro de 2009, no qual morreram pelo menos 1,4 mil palestinos. A investigação da ONU à “Operação Chumbo Fundido” concluiu que as três semanas seguidas de bombardeios liderados pelo regime israelense podiam ser consideradas como uma “punição coletiva” contra o povo palestino.
Na ocasião, grupos de defesa dos direitos humanos de vários países pressionaram para que Livni fosse convocada a responder por crimes de guerra. A então ministra alegava que o ataque ao enclave tinha “restaurado o poder de dissuasão de Israel” e que “o Hamas compreende agora que, quando se dispara contra os seus cidadãos, [Israel] responde de forma selvagem – e isso é uma coisa boa”.
Em 2009, a política israelense, também apontada como responsável pelas políticas de apartheid e expansão de colônias ilegais, chegou a ser alvo de um mandado de prisão no Reino Unido pelos crimes cometidos em Gaza.