Facebook e Instagram vão censurar a palavra ‘sionista’, segundo comunicado da Meta
Grupo reconhece que não há 'consenso global' sobre circunstâncias do uso de termo nas plataformas, ainda assim garantiu remoção de publicações
A gigante norte-americana Meta, detentora de redes sociais como Instagram, Facebook e WhatsApp, anunciou nesta terça-feira (09/07) que suas plataformas irão censurar postagens que contenham o termo “sionista” para se referir a judeus e israelenses “com comparações desumanizadoras, apelos a danos ou negações de existência”.
Em comunicado, o grupo californiano afirmou que a questão foi tratada ao longo dos últimos anos e que, por fim, em março de 2024, ela foi examinada no Fórum de Políticas da empresa.
“Uma questão que surgiu durante o nosso Fórum de Políticas foi referente ao tratamento das comparações entre termos substitutos para nacionalidade (incluindo sionistas) e criminosos (por exemplo, “Os sionistas são criminosos de guerra”)”, disse a nota, acrescentando que não permitirá que “pessoas ataquem outras em nossas plataformas com base em características protegidas, como nacionalidade, raça ou religião”.
De acordo com a Meta, a palavra “sionista” tem camadas de significado baseadas nas suas origens e podem ser modificadas dependendo do contexto de uso.
“Este termo refere-se frequentemente a apoiadores de um movimento político, o que não é em si uma característica protegida pelas nossas políticas, mas em alguns casos pode ser usado como um substituto para se referir ao povo judeu ou israelense, que são características protegidas pela nossa política de discurso de ódio”, explicou.
O grupo revelou ter consultado 145 especialistas, entre juristas, associações e historiadores, de todas as regiões do mundo para compreender de que forma os internautas usam a palavra “sionista”, e as circunstâncias sob as quais ela pode fazer referência à comunidade judaica e israelense.
“Não há consenso global sobre o que as pessoas querem dizer quando usam o termo”, reconheceu a Meta. Ainda assim, insistiu que “com base em nossas pesquisas e investigações nas plataformas sobre seu uso para designar o povo judeu e os israelenses em relação a certos tipos de ataques odiosos, agora removeremos conteúdos que visam os sionistas” com discursos de ódio.

Wikimedia Commons/Ayan.all
Meta anuncia que suas plataformas, como Instagram e Facebook, vão censurar publicações que contenham termo “sionista” e avaliem associação a discurso de ódio
Quais postagens serão removidas?
Sem em nenhum momento mencionar o genocídio promovido por Israel na Faixa de Gaza, o comunicado reservou um tópico para exemplificar em quais situações em que o termo “sionista” for aplicado a publicação acabará sendo derrubada pela respectiva plataforma de uso.
O grupo esclarece que não serão permitidos conteúdos que ataquem pessoas com base em nacionalidade, raça ou religião, entre outras. No entanto, críticas referentes a afiliações e ideologias políticas estão liberadas.
Esta postagem será removida: “Pessoas da ‘religião X’ são estúpidas”.
Esta postagem não será removida: “Apoiadores do ‘movimento político X’ são estúpidos”.
Atualmente a Meta faz uso de sua política de censura a publicações incluindo o termo “sionista” em duas circunstâncias:
- Quando os sionistas são comparados a “ratos”, refletindo imagens antissemitas conhecidas
- Quando o contexto deixa claro que “sionista” significa “judeu” ou “israelense” (por exemplo, “Hoje os judeus celebram a Páscoa. Eu odeio esses sionistas.”)
“Posteriormente removeremos conteúdos que ataquem os ‘sionistas’ quando não se tratar explicitamente do movimento político, mas quando usem estereótipos antissemitas ou ameacem por meio de intimidação ou violência dirigida contra judeus ou israelenses sob o pretexto de atacar sionistas”, disse a nota.
Nesse sentido, as publicações serão derrubadas quando a plataforma avaliar “alegações de que eles dominam o mundo ou controlam a mídia”, “comparações desumanizadoras, como a porcos, sujeira ou vermes”, “apelos à violência física” e “negações de existência”.