Horas após a entrega das primeiras três reféns israelenses – Romi Gonen, Emily Damari e Doron Steinbrecher –, a população na Faixa de Gaza seguiu aguardando o exército de Israel libertar os 90 prisioneiros palestinos como parte do acordo de cessar-fogo estabelecido com o Hamas.
De acordo com a emissora catari Al Jazeera, muitas famílias dos detidos continuavam “nervosas com a possibilidade da guerra recomeçar”.
Segundo o veículo, a lista dos primeiros palestinos a serem libertados neste domingo (19/01) inclui 69 mulheres e 21 crianças, sendo 78 da Cisjordânia ocupada e 12 de Jerusalém Oriental. Nela, consta o nome de Khalida Jarrar, defensora de direitos humanos e uma das líderes mais proeminentes da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP).

Após entrega de três reféns israelenses, a população na Faixa de Gaza aguarda Israel libertar os 90 prisioneiros palestinos como parte do acordo de cessar-fogo estabelecido com o Hamas
Israel proíbe celebrações
De acordo com o portal Middle East Eye (MEE), o exército de Israel impôs medidas rígidas de segurança para evitar mobilizações perto da Prisão de Ofer, na Cisjordânia ocupada, assim como também proibiu os palestinos de se reunirem perto do pátio da prisão ou se aproximarem de seus veículos. As forças israelenses também forçaram o fechamento de estabelecimentos próximos do local, evacuando qualquer presença palestina ao redor da prisão.
Segundo o MEE, a polícia de Israel também proibiu as famílias dos prisioneiros palestinos de comemorarem ou levantarem bandeiras palestinas, com ameaças de que tais ações poderiam resultar no cancelamento da libertação.
O veículo informou que as autoridades do regime sionista serão responsáveis pela supervisão e libertação dos prisioneiros, sendo a polícia israelense quem escoltará os palestinos em vez do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) “para impedir qualquer demonstração pública de alegria ou solidariedade”.
A mídia palestina também informou que o exército israelense limitará as reuniões dos prisioneiros com seus parentes de primeiro grau. Enquanto isso, as três reféns israelenses que foram libertadas pelo Hamas, mais cedo, puderam se reunir com seus familiares e comemorar o retorno.
Por volta das 17h (horário de Braspilia), a Al Jazeera relatou que o número de pessoas reunidas para receber os prisioneiros palestinos “é muito menor do que o acordo de trégua de quatro dias, firmado em novembro de 2023”. O veículo afirmou que “as autoridades israelenses estão ligando para os parentes dos prisioneiros, dizendo que eles não têm permissão para mostrar júbilo”.