A Federação Árabe Palestina do Brasil (FEPAL) repudiou nesta quarta-feira (28/08) a sentença anunciada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) ao jornalista e fundador de Opera Mundi, Breno Altman, por suposto crime de injúria contra o economista Alexandre Schwartsman e o presidente no Brasil da organização sionista StandWithUs e ex-integrante do Exército israelense, André Lajst.
A denúncia se baseia em uma publicação feita por Altman em rede social, em dezembro de 2023, na qual foram atribuídas as palavras “covardes” e “desqualificados” a Lajst e Schwartsman, ambos defensores do regime sionista de Israel.
No entanto, a defesa do jornalista alegou que o comentário não se referia pessoalmente aos dois autores da denúncia, e sim às posturas adotadas por ambos.
Em comunicado, a entidade pró-Palestina criticou que “os ofendidos” foram buscar “socorro ao judiciário”.
“O ‘crime’: designar dois sionistas de covardes por não aceitarem debater com ele sobre, vejam só, o sionismo. Não os acusou de genocidas, nem mesmo de incitadores ou apoiadores do genocídio, apenas de covardes, aliás, algo natural e próprio de todo sionista quando não armado frente a uma criança palestina desarmada. Também os acusou de ‘desqualificados’, o que, de fato, são, salvo se qualifique a defesa do extermínio de outro povo e do regime que o executa”, disse a FEPAL.
A organização também destacou que o jornalista “incomodou” os denunciantes ao escancarar que a “armadilha” do sionismo “captura parcela dos professantes do judaísmo para plano de extermínio análogo ao nazista”.
A nota menciona o livro Contra o Sionismo: Retrato de uma Doutrinal Colonial e Racista, redigido por Altman, afirmando que ele explica que o regime sionista faz uso do sofrimento dos euro-judeus vítimas dos campo de concentração “como familiares do próprio Altman”, com o objetivo de impulsionar o massacre dos palestinos.
Outro ponto abordado pela FEPAL é em relação ao termo “kapo”, utilizado por Schwartsman contra Altman. Em artigo publicado na terça-feira (27/08), o jornalista apontou que as palavras “covardes” e “desqualificados” atribuídas a Lajst e Schwartsman “foram resposta a sucessivos ataques, através dos quais fui chamado de ‘kapo'”.
A palavra “kapo” remete aos funcionários mais baixos da hierarquia nazista e judeus que chefiaram e supervisionaram trabalhos forçados de outros judeus nos guetos e nos campos de concentração durante o regime da Alemanha nazista e na Segundo Guerra Mundial.
“São os sionistas, inclusive os atuais, jamais Altman. Ele apenas reagiu a esta acusação indecente, e não apenas porque nunca foi kapo, mas porque não poderia silenciar frente aos verdadeiros kapos, que não reúnem autoridades moral, ética, política ou intelectual para formular tal acusação, pois expressam hoje a exata visão dos aliados dos nazistas e aplicam-na na Palestina”, afirma a FEPAL, finalizando seu texto com “total solidariedade ao jornalista Breno Altman e veemente repulsa aos seus detratores”.
Leia a íntegra da nota:
“O jornalista Breno Altman, que serviu à raça humana demonstrando o que de fato é e sempre foi o sionismo, de plano genocidário para a Palestina desde seu nascedouro, quase 130 anos atrás, a aliado dos nazistas e perpetrador da primeira solução final televisionada da história, o seguimento do genocídio palestino em Gaza, acaba de ser condenado, por decisão do juiz Fabricio Reali Zia, a três meses de prisão em regime aberto. O ‘crime‘: designar dois sionistas de covardes por não aceitarem debater com ele sobre, vejam só, o sionismo. Não os acusou de genocidas, nem mesmo de incitadores ou apoiadores do genocídio, apenas de covardes, aliás, algo natural e próprio de todo sionista quando não armado frente a uma criança palestina desarmada. Também os acusou de ‘desqualificados‘, o que, de fato, são, salvo se qualifique a defesa do extermínio de outro povo e do regime que o executa.
Os ‘ofendidos‘ que buscaram socorro no judiciário são André Lajst, que preside a organização lobista pró-Israel StandWithUs Brasil e se jacta de ter servido às forças de ocupação ‘israelenses‘, que há 77 anos promovem o extermínio do povo palestino, e Alexandre Schwartsman, apresentado como economista e que passa por ‘comentarista‘ no jornal da TV Cultura, bancada a partir da qual, em defesa do genocídio na Palestina, referiu-se ao presidente da FEPAL, Ualid Rabah, quando ouvido pelo jornalismo da emissora acerca do tema, como ‘o cara da FEPAL‘. Como se vê, dois notórios defensores de ‘israel‘ e de seus crimes de lesa-humanidade na Palestina, cometidos, frise-se, do Rio ao Mar, conforme incontáveis relatórios da ONU e das mais prestigiadas ONGs internacionais de direitos humanos, indo de Apartheid (supremacismo judaico) a colonialismo, de estupro como arma de guerra a genocídio (e limpeza étnica), apurado agora pela Corte Internacional de Justiça, a pedido da África do Sul, apoiada pelo Brasil e incontáveis outros países.
O que assusta os defensores de ‘israel‘, até meses atrás intocáveis e figuras usuais em rodas ‘elegantes‘, é que suas verdadeiras faces agora aparecem translúcidas, sem máscaras de ‘povo eleito’, a ‘única democracia do Oriente Médio‘, o ‘exército mais moral do mundo’ e outros mitos que sustentam o colonialismo supremacista ‘ocidental‘. Suas faces foram substituídas pelas das crianças palestinas dilaceradas por ‘israel’, no maior extermínio de crianças da história (‘israel’ exterminou 9.460 crianças palestinas por milhão, isto é, 3,36 vezes a matança infantil no período hitleriano, que foi de 2.813 por milhão, em toda a Europa, em 6 anos).
Breno Altman incomodou os sionistas ao colocar o dedo na ferida: o problema é exatamente o sionismo, não apenas ‘israel’ ou sua demografia judaica, importada para o projeto colonial e genocidário de substituição da população palestina originária e fanatizada neste mister. Mais do que isso, Altman demonstrou que é justamente o sionismo que joga parcela dos professantes do judaísmo nesta armadilha e os captura para plano de extermínio análogo ao nazista.
Altman, na obra ‘Contra o Sionismo: Retrato de uma Doutrina Colonial e Racista’, fez acessível aos leigos a compreensão do que é o sionismo: ele não é o ‘nacionalismo judaico’ para a ‘autodeterminação’ do ‘povo judeu’, mas ideologia racista e colonial, que usa o sofrimento dos euro-judeus que pereceram nos campos de concentração, como familiares do próprio Altman, para justificar a solução final que os sionistas aplicam ao povo palestino. Na obra, como nos debates em seus lançamentos, Altman prova que os sionistas se aliaram ao nazismo de 1933 a 1939 (Acordo Haavara, que uniu a Federação Sionista da Alemanha, o Banco Anglo-Palestina, mera fachada para o Fundo Nacional Judeu, que financiava a colonização da Palestina, e as autoridades econômicas da Alemanha nazista) para obterem a emigração de alemães judeus à Palestina.
Kapos (judeus que colaboraram com os nazistas, mesmo nos campos de concentração), portanto, são os sionistas, inclusive os atuais, jamais Altman. Ele apenas reagiu a esta acusação indecente, e não apenas porque nunca foi kapo, mas porque não poderia silenciar frente aos verdadeiros kapos, que não reúnem autoridades moral, ética, política ou intelectual para formular tal acusação, pois expressam hoje a exata visão dos aliados dos nazistas e aplicam-na na Palestina.
Por tudo isso, a total solidariedade ao jornalista Breno Altman e veemente repulsa aos seus detratores. Para além disso, nossa preocupação diante da decisão judicial que sinaliza perigosa cruzada judiciária, de perseguição totalitária dos defensores da Palestina no Brasil, já denunciada, por esta FEPAL, ainda em 7 de outubro do ano passado.
Palestina Livre a partir do Brasil, 28 de agosto de 2024, 77º ano da Nakba.”