Flotilha da Liberdade resgata quatro pessoas no mar
'O Madleen agora tem 16 pessoas a bordo', afirmou Thiago Ávila. Durante esta noite, outro drone sobrevoou a embarcação
A caminho de Gaza, para criar um corredor humanitário para os palestinos, os tripulantes do Madleen, da Coalização Flotilha da Liberdade, resgataram quatro pessoas, em uma embarcação que afundava no Mar Mediterrâneo nesta quarta-feira (05/06).
“Acabamos de testemunhar uma GRANDE VIOLAÇÃO aqui por parte da chamada Guarda Costeira da Líbia, que realizou uma deportação ilegal. Quatro das pessoas no barco que estava afundando pularam na água em nossa direção e nós as resgatamos!”, informou Thiago Ávila nas redes sociais.
Eles receberam um pedido de socorro a duas horas de distância e mudaram a rota da embarcação. Ao chegar, avistaram um barco afundando com 35 pessoas. Com a aproximação de outra embarcação, quatro delas pularam no mar.
“Essas pessoas saltaram na água porque disseram que preferiam morrer a voltar para a Líbia”, conta Ávila. Eles insistiram para o barco trazer as demais pessoas para o Madleen, “mas eles, simplesmente, partiram”.
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Resgate
A Flotilha pede que a guarda costeira assuma a responsabilidade pelas quatro pessoas resgatadas e os leve para um local seguro. “Se não for a guarda costeira grega, que sejam grupos de busca e salvamento que possam garantir a segurança dessas quatro pessoas que resgatámos da água, para que possamos ter certeza de que elas estarão seguras. Essa é a nossa prioridade agora”, afirmou.
Ávila contou que a região é “um corredor migratório muito intenso devido a todas as violações que o Norte Global promove no Sul Global. Opressão, destruição da natureza, exploração”. “Em meio a isso, as pessoas tentam procurar abrigo e como as fronteiras estão fechadas, devido ao racismo, eles tentam ir por mar”, explicou.

Novo drone sobrevou a embarcação
Durante a noite desta terça-feira, um segundo drone sobrevoou o Madleen. O alerta foi dado por Ávila em suas redes sociais.
“São agora 20h00 CST, no meio do Mar Mediterrâneo, perto da Grécia, nós acabamos de avistar um novo drone em cima do nosso navio. De acordo com os protocolos de segurança, todos estão prontos no convés superior. Estamos verificando o drone para ver se ele se aproxima imediatamente do nosso navio”, denunciou.
O drone apareceu quando a embarcação estava a 57 km da Grécia e, desta vez, segundo Ávila, “chegou mais perto do que qualquer outro e passou por cima do nosso barco, o que é uma ameaça crítica, considerando que há um mês Israel bombardeou nosso barco em condições semelhantes a essas, em um horário semelhante”.
Ameaças
Com a proximidade de Gaza, as ameaças aumentam. Em declaração à imprensa nesta terça-feira, um porta-voz do exército israelense fez uma declaração sobre a embarcação, que vem ganhando forte apoio internacional.
“Nós, as Forças de Defesa de Israel, estamos preparados para defender os cidadãos do Estado de Israel nas áreas de defesa avançadas em todos os setores – norte, sul, centro – e também na arena marítima. Operamos dia e noite para proteger o espaço marítimo e as fronteiras do Estado de Israel no mar. Neste caso também, estamos preparados. Não vou revelar os nossos métodos de implantação. Já adquirimos experiência nos últimos anos e agiremos em conformidade”, afirmou.
As ameaças ecoaram no Parlamento dos Estados Unidos. Lindsay Graham, senador da Carolina do Sul, escreveu na plataforma X “Espero que Greta e seus amigos saibam nadar”.
Ao que Greta Thunberg, que integra a comitiva, respondeu: “isso diz muito sobre a prioridade deles em face do genocídio e fome sistemática de 2 milhões de pessoas, legisladores, funcionários eleitos, cuja responsabilidade deveria servir ao povo e proteger as pessoas, em vez de acabar com sua cumplicidade no genocídio e o massacre em massa de civis estão se concentrando em zombar das pessoas que estão pelo menos tentando fazer a sua parte.
