Sábado, 15 de novembro de 2025
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Pelo menos dez navios da Flotilha Global Sumud (GSF), missão humanitária com destino a Gaza para romper o bloqueio ao território, sofreram ataques de 15 drones no Mar Mediterrâneo na manhã desta quarta-feira (24/09). Não há relatos de vítimas até o momento. O ativista brasileiro Thiago Ávila afirmou que se trata de uma tática de “guerra psicológica”.

A relatora especial da ONU para os Direitos Humanos na Palestina, Francesca Albanese, informou que sete ofensivas de drones atingiram as embarcações após cerca de 15 aeronaves sobrevoarem a flotilha. Ela enfatizou a necessidade de proteção imediata.

Em outro vídeo divulgado, Ávila declarou que quatro barcos foram alvo de drones que lançavam artefatos explosivos, pouco antes de outra explosão ser ouvida ao fundo. O brasileiro também reiterou que não houve “nenhum dano estrutural às embarcações e ninguém ficou ferido”.

Ativistas a bordo de um dos navios relataram que os drones lançaram uma substância desconhecida com odor de pólvora, mas não houve registros de feridos. Além disso, os veículos aéreos não tripulados realizaram reconhecimento facial, coletando informações sobre a frota cinco horas antes do ataque.

“Sabemos que isso é uma tática de intimidação, uma forma de tentar nos amedrontar, mas não vai funcionar conosco. O mais importante aqui não é que enfrentamos drones — os palestinos vivem isso 24 horas por dia, com bombas caindo e matando pessoas. Não podemos esquecer disso. O foco real é Gaza”, declarou Greta Thunberg em transmissão ao vivo no Instagram.

Os drones sobrevoavam o barco Alma, que havia sido alvo de uma ofensiva na Tunísia, mas desta vez não foi atingido diretamente por bombas ou substâncias, sofrendo principalmente interferência nas comunicações. A embarcação transporta diversas personalidades, como Mandla Mandela, neto de Nelson Mandela, e a ativista Thunberg.

As embarcações humanitárias sofreram pelo menos 11 ataques israelenses

As embarcações humanitárias sofreram pelo menos 11 ataques israelenses
@globalsumudflotilla / Instagram

No início deste mês, a missão humanitária informou ter sido atacada por drones durante dois dias enquanto estava ancorada na Tunísia. Nenhum passageiro ou tripulante se feriu durante os incidentes.

A GSF alertou que Israel está travando uma campanha de desinformação na mídia para justificar qualquer possível ataque militar à flotilha humanitária, enfatizando que atacá-la constitui crime de guerra e violação flagrante do direito internacional.

Na segunda-feira (22/09), o governo israelense declarou que não permitiria que a flotilha chegasse a Gaza. As forças israelenses bloquearam duas tentativas anteriores de ativistas de alcançar o enclave por mar em junho e julho.

“Estamos navegando em águas internacionais, de forma pacífica, levando comida, fórmula infantil, remédios e água. Não carregamos armas. Nosso objetivo é romper o cerco ilegal e desumano de Israel”, disse Greta.

Exigências jurídicas e diplomáticas

A Global Sumud Flotilha afirmou que missões humanitárias são protegidas pelas Convenções de Genebra. “Qualquer ataque a esta missão constituiria crimes de guerra e crimes contra a humanidade. Isso também violaria as medidas provisórias vinculativas da Corte Internacional de Justiça, que exigem que Israel permita e facilite a entrega de ajuda humanitária a Gaza”.

Em comunicado, a GSF exige que todos os Estados-Membros da ONU — em particular aqueles cujos cidadãos estão a bordo dos navios — garantam e facilitem imediatamente proteção eficaz, “seja com escolta marítima, observadores diplomáticos credenciados ou presença ostensiva de tais Estados, para que a Flotilha possa prosseguir em segurança, a missão continue sem obstáculos e a lei prevaleça sobre atos de aniquilação”.

Os ataques às embarcações ocorreram durante a 80ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, onde líderes mundiais discutem o reconhecimento do Estado palestino.

 

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