A Fundação São Paulo (Fundasp) divulgou uma nota nesta terça-feira (25/02) sobre a conclusão do processo sobre a acusação de antissemitismo contra os professores Reginaldo Nasser e Bruno Huberman.
A denúncia contra os docentes foi apresentada em novembro passado por um grupo de estudantes sionistas da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), que teriam repudiado declarações dos acadêmicos feitas durante uma atividade do Grupo de Estudos sobre Conflitos Internacionais (GECI).
Segundo a Fundasp, “após criteriosa coleta e análise de depoimentos, documentos, vídeos e outros materiais, o Setor de Integridade concluiu que não foram identificadas situações no âmbito institucional que justificassem a aplicação de medidas disciplinares a docentes ou discentes”.
“Os docentes envolvidos, em suas oitivas, defenderam o direito de autodeterminação dos povos e o respeito aos direitos humanos de todos aqueles que vivem entre o Rio Jordão e o Mar Mediterrâneo, seja na forma de um, dois, ou mais Estados”, acrescentou a nota.
Consultado por Opera Mundi, Bruno Huberman, professor de Relações Internacionais da PUC-SP e um dos docentes envolvidos no caso, disse esperar que “este episódio sirva como oportunidade para trazer à tona o debate sobre o antissemitismo contemporâneo, diante do que tem acontecido na Palestina e em Israel, com objeção a toda forma de censura”.
“A tentativa de censura perdeu, porque no fundo era disso que se tratava, não de uma acusação de antissemitismo, mas sim de uma tentativa de censura do nosso trabalho, do nosso grupo de estudos”, completou Huberman.
Também procurado pela reportagem de Opera Mundi, o professor Reginaldo Nasser disse que publicará, nas próximas horas, uma nota com suas considerações a respeito da decisão da Fundasp.

Fundasp concluiu que denúncia de antissemitismo contra professores Reginaldo Nasser e Bruno Huberman não se justificava
Leia a íntegra da nota da Fundasp sobre o caso envolvendo os professores Reginaldo Nasser e Bruno Huberman:
A Fundação São Paulo, fiel à sua vocação de educar para o Humanismo e repudiando toda forma de discriminação, apurou, por meio de seu Setor de Integridade, denúncias feitas por alunos sobre possíveis comportamentos antissemitas ocorridos no interior da sua mantida, a PUC-SP.
Após criteriosa coleta e análise de depoimentos, documentos, vídeos e outros materiais, o Setor de Integridade concluiu que “não foram identificadas situações no âmbito institucional que justificassem a aplicação de medidas disciplinares a docentes ou discentes.” Os docentes envolvidos, em suas oitivas, defenderam o direito de autodeterminação dos povos e o respeito aos direitos humanos de todos aqueles que vivem entre o Rio Jordão e o Mar Mediterrâneo, seja na forma de um, dois, ou mais Estados.
Reafirmando seu compromisso com a convivência pacífica e construtiva e com a liberdade de expressão, própria do ambiente acadêmico, a Fundação decidiu instituir um Protocolo Antidiscriminatório, que será anexado ao seu Código de Ética e que será de cumprimento obrigatório para todos os que dela fazem parte. Protocolo Antidiscriminatório: Acesse o site da Fundasp para ler o documento.
“O fruto da justiça será a paz”, ensina o profeta Isaías. Justiça nas relações humanas, justiça entre os povos e justiça em nossa comunidade acadêmica: é isso que a Fundação São Paulo busca construir a cada dia!