Sexta-feira, 18 de abril de 2025
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Com a ajuda internacional cortada há mais de um mês em Gaza, a população agora sofre de “insegurança alimentar”. É o que diz a rede de ONGs palestinas que está pedindo intervenção internacional imediata para acabar com o que descreve como “fome e genocídio contínuos” em Gaza. Para essas organizações, a mobilização de uma força da ONU poderia garantir a chegada de ajuda a quem precisa. 

Um apelo urgente foi feito por agentes humanitários em relação à situação em Gaza, quando ocorre uma escalada das operações militares israelenses no enclave palestino. “91% dos habitantes da Faixa de Gaza estão em crise de insegurança alimentar, 345.000 pessoas estão no nível mais extremo de fome”, alerta Ubai Abudeh, da rede de ONGs palestinas PNGO. 

A situação das crianças e das mães que amamentam é preocupante: 92% não recebem alimentação adequada. Uma ação deliberada, apontam ONGs palestinas. Elas dizem que a ajuda está a poucos quilômetros de distância, em al-Arish, no Egito. Mas denunciam que os caminhões não chegam “devido ao cerco israelense e ao uso da fome para perpetrar genocídios”. As ONGs apelam ao envio de uma força de paz da ONU para permitir a entrega da ajuda necessária. “As vidas do povo de Gaza, e do povo palestino são preciosas”, apontam. 

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Tel Aviv, por sua vez, negou qualquer “escassez de ajuda na Faixa de Gaza”. 

X/UNRWA
ONGs palestinas denunciam que população em Gaza sofre de insegurança alimentar após mais de um mês sem ajuda internacional, decorrente de bloqueio israelense

‘Futuro incerto’

Nesta sexta-feira, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos disse que as ações de Israel na Faixa de Gaza ameaçam a “capacidade futura dos palestinos de viver” no território. “A morte, a destruição, o deslocamento, a recusa de acesso às necessidades básicas em Gaza e a repetida sugestão de que os moradores devem deixar o território levantam preocupações reais sobre a capacidade futura dos palestinos de viverem como um grupo em Gaza”, afirmou a porta-voz Ravina Shamdasani, em uma coletiva de imprensa em Genebra. 

“Nossa declaração de hoje eleva nossas preocupações a um novo nível devido ao efeito cumulativo do que está acontecendo em Gaza”, disse ela, denunciando particularmente o impacto sobre os civis dos ataques israelenses nas últimas semanas na Faixa de Gaza, observando que “uma grande porcentagem das vítimas são crianças e mulheres”.