O líder supremo do Irã, Ali Khamenei, afirmou nesta terça-feira (28/01) que o povo palestino colocou o governo de Israel “de joelhos” após o acordo de cessar-fogo e de libertação de reféns, que entrou entrou em vigor na Faixa de Gaza em 19 de janeiro. Na noite do dia anterior, o Hamas relatou que mais de 300 mil pessoas deslocadas haviam retornado às províncias do norte.
“A pequena e limitada Gaza colocou o regime sionista, armado até os dentes e totalmente apoiado pelos Estados Unidos, de joelhos”, disse Khamenei durante uma reunião com autoridades em Teerã.
Em seu discurso, o líder iraniano fez uma crítica aos Estados Unidos, sem mencionar o presidente norte-americano Donald Trump, afirmando que o país “incorpora totalmente o colonialismo e a arrogância”. Além disso, ressaltou que algumas nações estão “sob influência das principais potências financeiras do mundo”.
“Hoje, enfrentamos três estágios de colonialismo. As potências satânicas do mundo têm como alvo os recursos naturais dos países, sua cultura autêntica e sua identidade nacional e islâmica, procurando destruí-los e apreendê-los. Eles não são todos iguais, mas os Estados Unidos os lideram”, disse Khamenei.

O líder supremo do Irã, Ali Khamenei, afirmou que o povo palestino colocou o governo de Israel “de joelhos” após o acordo de cessar-fogo e de libertação de reféns, que entrou entrou em vigor em 19 de janeiro
Em paralelo, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Esmaeil Baqaei, criticou a ideia de Trump de “limpar” os palestinos do enclave e deslocá-los para outras áreas, como Egito e Jordânia.
“A coerção política e as manipulações demográficas não serão capazes de forçar os palestinos a migrar”, escreveu Baqaei por meio de uma publicação no X, acrescentando que Gaza é a “pátria dos palestinos e eles pagaram um preço extremamente alto para permanecer lá”.
منذ فترة طويلة، يجري تنفيذ مخطط “تطهير” #غزة كجزء من مشروع “الإبادة الاستعمارية” لفلسطين، باستخدام الأسلحة والذخائر الفتاكة الأمريكية، بالإضافة إلى المساندة المالية والسياسية والاستخباراتية التي توفرها واشنطن لهذا المشروع.
وعلى مدار الخمسة عشر شهرا الماضية، لم يتمكن الاحتلال من…
— Esmaeil Baqaei (@IRIMFA_SPOX) January 28, 2025
Em entrevista neste sábado (25/01), o presidente norte-americano revelou estar trabalhando para convencer os governos da Jordânia e do Egito a receberem mais palestinos em seus territórios. Para justificar a medida, Trump falou em “limpar Gaza” da presença dos palestinos.
“Eu disse a ele (rei Abdullah) que adoraria que ele recebesse mais pessoas (palestinos), porque, olhando para Gaza, é uma bagunça, uma verdadeira bagunça. Eu gostaria que ele acolhesse essas pessoas. Gostaria que o Egito também recebesse pessoas”, declarou o mandatário. “Estamos falando provavelmente de (tirar) 1,5 milhão de pessoas (de Gaza). Assim, nós limpamos a coisa toda”.
A proposta de Trump contraria os termos do cessar-fogo. A fase três do acordo prevê a reconstrução da região, que deve ser realizada com a participação da população local, em trabalhos que deveriam começar em abril e que seriam organizados e supervisionados por autoridades do Egito e do Catar, além de representantes da Organização das Nações Unidas (ONU).
Ao longo de 15 meses de guerra, o Ministério da Saúde de Gaza relatou que o governo de Israel matou pelo menos 47.317 palestinos e feriu outros 111.494, incluindo 18 mil crianças, mais de 200 jornalistas e mais de mil profissionais de saúde.