Gaza: milhares vão às ruas exigindo fim do genocídio israelense: ‘nos recusamos a morrer’
Protestos do norte até o centro do enclave palestino pediram que Israel pare ataques que já vitimaram mais de 50 mil
Pelo segundo dia consecutivo, dezenas de palestinos foram às ruas da Faixa de Gaza nesta quarta-feira (26/03) exigindo o fim da agressão genocida israelense e o levantamento do bloqueio à entrada de ajuda humanitária.
As marchas se estenderam de cidades e acampamentos no norte da Faixa de Gaza até a cidade de Deir al-Balah, no centro do enclave.
Os civis ergueram faixas com os dizeres: “nós nos recusamos a morrer”, “o sangue dos nossos filhos não é barato”, “chega de guerras” e “parem a guerra”.
Segundo a agência de notícias palestina Wafa, alguns manifestantes exigiam que o Hamas deixasse o poder em Gaza.
“Os participantes entoaram slogans exigindo que o Hamas “mantenha sua mão longe do destino da Faixa”, enfatizando que o povo palestino não aceitará que seu futuro dependa de uma agenda regional-faccional que não reflita sua identidade nacional e seus interesses supremos”, escreveu a agência.

Marchas acontecem em meio à deterioração das condições de vida na Faixa de Gaza, após Israel retomar sua agressão em 18 de março
Em resposta, o Hamas condenou, através das declarações de alguns membros responsáveis, as manifestações. Um dos principais membros do grupo, Sami Abu Zuhri, chamou os militantes de “megafones de Israel” e deu a entender que todos estavam traindo o povo palestino.
Já o alto funcionário Osama Hamdan acusou Israel de “iniciar os protestos”. Durante as manifestações, inclusive, os manifestantes insultaram Hamdan, criticando-o por apelar à “firmeza palestina” enquanto está no exterior.
As marchas acontecem em meio à deterioração das condições de vida na Faixa de Gaza, especialmente depois que Israel encerrou unilateralmente o acordo de cessar-fogo de Gaza e retomou sua agressão em 18 de março.
As novas mobilizações são registradas no dia em que o Ministério da Saúde do enclave palestino revelou que pelo menos 830 pessoas foram mortas no território desde que Israel retomou os ataques em grande escala. Até o momento, o número total de mortos na guerra, deflagrada em 7 de outubro de 2023, é de 50.183.
(*) Com Ansa e Wafa
