Oficiais militares israelenses, mais velhos e mais novos, acreditam que Israel enfrenta, atualmente, grandes dificuldades em seus avanços em Gaza, enquanto o Hamas aparenta ganhar terreno, segundo apuração do Middle East Eye.
Em entrevista ao New York Times publicada na úlitma terça-feira (17/09), o major-general Gadi Shamni, ex-comandante da divisão militar israelense em Gaza, ressaltou que apesar de Israel ter vantagem tática, o grupo palestino ainda não foi derrotado.
Shamni afirmou, ainda, que o Hamas está vencendo a guerra, enquanto Israel está “perdendo, e em grande escala”. Embora a capacidade militar do Hamas tenha sido significativamente reduzida, o grupo continua a manter o controle de Gaza.
O ex-militar mencionou que os combatentes do Hamas retomam o controle de áreas “15 minutos” após a retirada das tropas israelenses. A visão é compartilhada por outras autoridades de segurança israelenses, que não veem a derrota do Hamas como uma possibilidade real, conforme o Times.
Um oficial sênior da defesa, sob condição de anonimato, afirmou em entrevista à ABC News: “Estamos perdendo a guerra, estamos perdendo a dissuasão, estamos perdendo os reféns”.
O oficial também advertiu contra uma possível ofensiva no Líbano, observando que “é fácil começar uma guerra lá, mas muito difícil de terminar”. Outros oficiais israelenses, também não identificados, disseram à emissora norte-americana que Israel está “preso” em Gaza, sem conseguir atingir seus objetivos militares.
Os comentários surgem enquanto o Secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, se prepara para viajar ao Egito em busca de reativar conversas sobre um cessar-fogo. Entretanto, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, foi acusado por autoridades israelenses de dificultar as negociações indiretas com o Hamas, segundo a ABC.
Netanyahu insiste em manter o controle de partes da Faixa de Gaza, incluindo o Corredor Philadelphi, uma área na fronteira com o Egito. “Se o Corredor Philadelphi era tão importante, por que esperamos oito meses [de guerra] para tomá-lo?”, questionou uma autoridade israelense de alto escalão.
Até o momento, ainda segundo o Middle East Eye, mais de 41.200 palestinos foram mortos pelos bombardeios israelenses na Faixa de Gaza, incluindo aproximadamente 16.700 crianças, de acordo com autoridades de saúde locais, após mais de 11 meses de conflito intenso.