Governo de Israel ordena ao Exército que anexe partes da Faixa de Gaza
Ministro da Defesa advertiu que Hamas 'perderá territórios' até libertar reféns
O ministro da Defesa do regime sionista, Israel Katz, ameaçou nesta sexta-feira (21/03) anexar zonas da Faixa de Gaza se o Hamas não libertar os cerca de 60 reféns que seguem retidos no enclave, conforme relatou o jornal The Jersualem Post.
“Eu ordenei que [o Exército] tome mais territórios em Gaza. Quanto mais o Hamas se recusar a libertar os reféns, mais territórios ele perderá”, afirmou Katz, advertindo “expandir as zonas de proteção ao redor de Gaza para proteger a população civil israelense e os soldados, por meio de uma ocupação permanente da área”.
Além disso, a autoridade israelense prometeu intensificar sua campanha militar contra o grupo palestino usando “toda a pressão militar civil”, que inclui o deslocamento forçado da população de Gaza para o sul e a implementação do plano de limpeza étnica apresentado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
As declarações chegam três dias depois que o governo de Benjamin Netanyahu, com o aval de Washington, rompeu o acordo de cessar-fogo estabelecido com o Hamas e retomou suas ofensivas aéreas e terrestres nas regiões de Gaza. As agressões já deixaram, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, quase 600 mortos em quatro dias. Desse número, aproximadamente 200 são crianças.
Ao longo da madrugada desta sexta-feira, o regime sionista seguiu coordenando ataques no território palestino. As tropas israelenses invadiram a área de Shaboura, em Rafah, no sul do enclave, perto da fronteira egípcia, e Beit Lahiya, no norte, segundo a emissora catari Al Jazeera.

O ministro da Defesa do regime sionista, Israel Katz, ameaçou nesta sexta-feira (21/03) anexar partes da Faixa de Gaza
Israel viola cessar-fogo
O acordo de cessar-fogo, dividido em três etapas, havia começado em 19 de janeiro. Ele permitiu a restituição de 33 reféns israelenses (sendo oito deles mortos) e cinco tailandeses, bem como a soltura de mais de 1,7 mil prisioneiros palestinos. Cerca de 60 pessoas retidas pelo Hamas, desde 7 de outubro de 2023, continuam em Gaza.
Entretanto, nesta terça-feira, Tel Aviv violou o tratado e retomou suas ofensivas aéreas e terrestres no enclave, provocando centenas de mortes.
Para justificar o reinício das operações, o regime sionista alegou que o Hamas rejeitou os pedidos de extensão da primeira fase do acordo, além de um suposto preparo de ataques a alvos israelenses, o que foi negado pelo grupo. Pelo contrário, o movimento de resistência expressou prontidão em prosseguir nas negociações para a segunda etapa, enquanto o Israel insistia em alterar as cláusulas inicialmente estabelecidas no tratado.
(*) Com Ansa
