O ex-membro do gabinete de guerra de Israel, Benny Gantz, afirmou neste sábado (14/09) que o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu continua “negligenciando os residentes do norte”, referindo-se aos cidadãos israelenses que tiveram que abandonar suas casas da fronteira com o Líbano enquanto o país insiste em travar uma guerra com o grupo de resistência libanês Hezbollah, apoiado pelo Irã.

“O governo paralisado e fragmentado de Netanyahu continua negligenciando os residentes do norte”, criticou o líder da oposição, em rede social. “É hora de tomar medidas decisivas contra o Hezbollah e garantir o retorno seguro dos residentes às suas casas”.

A declaração ocorre em meio à escalada de ataques entre as forças israelenses e o Hezbollah, que tem apoiado o Hamas desde 7 de outubro, quando Tel Aviv passou a intensificar suas operações militares no território palestino. Atualmente, as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) já provocaram mais de 41 mil mortes na Faixa de Gaza.

Milhares de pessoas que vivem na área fronteiriça de Israel e do Líbano foram deslocadas em decorrência dos combates diários. Esses ataques foram especialmente agravados após as IDF terem assassinado a autoridade máxima e líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, em Teerã, e o chefe militar do Hezbollah, Fuad Shukr, no fim de julho.

‘Se Israel insistir, haverá perdas grandes’

De acordo com o canal árabe Al Arabiya, no sábado, o vice-secretário-geral do Hezbollah, Naim Qassem, realizou uma declaração pública em Beirute sobre não ter “intenção de guerra” com Israel, uma vez que ela “seria inútil”. 

“No entanto, se Israel insistir em guerra, vamos enfrentá-la. E haverá grandes perdas em ambos os lados”, alertou o número dois do grupo libanês. “Se eles acham que tal guerra permitiria que os 100.000 deslocados [israelenses] voltassem para casa, emitimos este aviso: prepare-se para lidar com outras centenas de milhares de deslocados”.

A declaração foi dada depois que o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, ameaçou que o regime sionista estava determinado a restaurar a segurança em sua frente norte. Segundo ele, as tropas israelenses estão se preparando “para qualquer coisa que possa acontecer no norte”.

Ainda na noite de sábado, as forças aéreas israelenses atingiram instalações “suspeitas” de armazenamento de armas do Hezbollah em dois locais no Vale do Beqaa, no leste do Líbano, bem como em seis locais no sul.

Segundo o Ministério da Saúde libanês, três crianças estavam entre as quatro pessoas feridas durante um ataque coordenado pelas IDF no distrito de Hermel, no norte de Beqaa, a cerca de 140 quilômetros da fronteira israelense.