A ofensiva militar de Israel contra a Faixa de Gaza poderia se estender oficialmente à Cisjordânia, caso o governo sionista encabeçado pelo premiê Benjamin Netanyahu atenda o pedido por sua ministra dos Assentamentos, Orit Strook.
Em entrevista ao Canal 7 de Israel que foi ao ar nesta segunda-feira (02/09), Strook defendeu abertamente a invasão desse outro território palestino.
A ministra, que é integrante do partido de extrema direita Sionismo Religioso, argumentou que o controle da Cisjordânia deveria ser considerado por Israel como uma questão de “segurança nacional”.
O pedido de Strook está sintonizado com um dos seus projetos como ministra dos Assentamentos, que é a retomada dos colonatos israelenses na Faixa de Gaza e no norte da Cisjordânia, que foram evacuados em 2005 por decisão do então primeiro-ministro Ariel Sharon (2001-2006).
Ataques à Cisjordânia
Curiosamente, e apesar de a solicitação da ministra ainda não contar com uma resposta oficial do governo, as regiões de Jenin, Tulkarem e Tubas, no norte da Cisjordânia têm sido alvo de diversas operações militares impulsionadas pelo exército israelense desde a última semana de agosto.
Nesta segunda, as tropas israelenses realizaram o sexto dia consecutivo de ataques contra essas mesmas regiões, deixando um saldo de 31 civis palestinos mortos, de acordo com fontes da Autoridade Nacional Palestina (ANP). O governo brasileiro, através de nota do Itamaraty, chegou a expressar oficialmente seu repúdio a essas ações.
Vale lembrar que, diferente da Faixa de Gaza, que é controlada politicamente pelo Hamas, a Cisjordânia é administrada pela ANP, que por sua vez é liderada pelo grupo Fatah.
A série de bombardeios israelenses à Cisjordânia, iniciada na última quarta-feira (28/08), é a maior operação realizada contra essa região nos últimos dez anos. Com as mortes registradas esta semana, subiu para 683 o número de vítimas fatais geradas por ação das forças militares de Israel nesse território palestino desde 7 de outubro passado, mesmo sem uma declaração oficial de guerra por parte de Tel Aviv – como há com relação à Faixa de Gaza, onde, no mesmo período, já se produziram mais de 40 mil mortes de civis.
Na mesma entrevista ao Canal 7, Strook disse que “no final das contas, será revertido o pecado da desconexão”. A “desconexão” à qual ela se refere é a já mencionada retirada dos colonos da Cisjordânia e da Faixa de Gaza durante o governo de Sharon.