No marco de um ano da violência israelense na Faixa de Gaza, nesta segunda-feira (07/10), Israel promoveu ataques contra o enclave palestino, deixando 17 pessoas mortas, sendo nove crianças. Segundo as autoridades da região e a Agência da ONU de Assistência aos Refugiados Palestinos (Unrwa), a ofensiva israelense deixou pelo menos 41.909 mortos, feriu 97.303, deslocou 2 milhões e prendeu 11.100 de pessoas desde 7 de outubro de 2023. O balanço não inclui os milhares de corpos desaparecidos entre os escombros dos bombardeios de Tel Aviv.
No mais recente ataque, os militares israelenses teriam ordenado que os palestinos deixassem o campo de refugiados de Jabalia, prestes a ser bombardeado, rumo à “zona humanitária” em al-Mawasi. Contudo, o bombardeio ocorreu sem tempo hábil para que a população fosse evacuada. Ademais, regiões anteriormente estabelecidas como seguras por Israel também já foram alvo de ataques.
A violência ocorreu após o porta-voz do exército israelense de língua árabe, Avichay Adraee, posicionar-se sobre um ataque de foguetes que o Hamas havia lançado horas antes contra o sul do país: “será recebido com extrema força”, declarou.
O ataque refere-se ao lançamento de foguetes Maqadmeh M-90, de Khan Younis, em Gaza promovido pelas Brigadas al-Qassam, a ala militar do movimento de resistência palestino Hamas.
Reivindicando o ataque por meio de uma declaração, o grupo declarou visar reuniões de israelenses nas travessias de Rafah e Karem Abu Salem, bem como o kibutz [espécie de comuna] Holit, perto da fronteira com Gaza.
Segundo a agência libanesa de notícias Al Mayadeen, a ofensiva foi realizada quase no mesmo momento em que a Operação Inundação de Al-Aqsa contra Tel Aviv no ano passado, em 7 de outubro de 2023.
Já o grupo justificou o ataque como parte da “batalha de atrito em andamento” e em resposta aos “massacres contra civis e ao deslocamento deliberado do nosso povo”.
Por sua vez, as Forças de Defesa Israelenses (FDI, como é chamado o exército do país), informaram que seus jatos destruíram os lançadores de foguetes do Hamas, que estavam localizados no sul de Gaza, após o ataque.
As FDI ainda reconheceram que além da ofensiva de foguetes, foram registradas “explosões secundárias, indicando a presença de armas”. Duas pessoas ficaram “levemente feridas” com estilhaços e estão hospitalizadas, segundo a Al Jazeera.
Após um ano, Israel expande ofensiva para o Líbano
Em uma evidente expansão das violências de Israel na Oriente Médio, Tel Aviv também realizou numerosos ataques em subúrbios e áreas densamente povoadas ao sul de Beirute, bem como em outras localidades do Líbano, na noite de domingo e nas primeiras horas da manhã desta segunda-feira, causando grandes explosões e deixando dezenas de mortos e feridos. Também informou novos ataques terrestres no sul do país, com a adição de soldados de sua 91ª Divisão e da reserva.
Em duas semanas de violência, Israel já matou mais de 2 mil pessoas e forçou o deslocamento de um milhão.
Entenda início de ofensiva entre Israel e Hezbollah
Segundo a mídia libanesa, cinco ataques israelenses tiveram como alvo a cidade de Khiam, no sul do Líbano. A área de Hadath, no subúrbio ao sul de Beirute, também foi atacada.
Tal como nas noites anteriores, Israel retomou os seus ataques aéreos no subúrbio ao sul da capital libanesa, visando áreas densamente povoadas. A última onda de ataques aéreos brutais teve como alvo, entre outros, os bairros de Laylaki, Burj al-Barajneh e Santa Teresa.
Os bombardeios causaram pânico generalizado, destruição extensa e deixaram numerosos incêndios após repetidos bombardeios. Como resultado, os hospitais Santa Teresinha e Al’Rassoul Al Aazam estão fora de serviço.
A Al Jazeera também informou um ataque de Israel contra um quartel de bombeiros afiliado à Autoridade Islâmica de Saúde na cidade de Baraachit, que deixou pelo menos 10 mortos.
O ataque visava os profissionais que estavam, segundo o Ministério da Saúde libanês, “no prédio, prontos para sair em missões de resgate”, em um contexto de diversos incêndios e pessoas sob escombros, provocados pelos bombardeios de Tel Aviv.
Enquanto isso, o grupo de resistência Hezbollah, que Israel diz combater no Líbano por seu apoio ao Hamas, reivindicou um ataque de foguetes contra a cidade de Karmiel, no norte do país. Segundo o jornal catari, a ofensiva foi em “apoio ao povo palestino e sua resistência”, bem como em defesa do Líbano e seu povo durante os “bárbaros” ataques israelenses.
(*) Com Ansa e Brasil247