O grupo palestino Hamas acusou Israel nesta segunda-feira (03/03) de tentar romper o acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza.
A declaração, feita através de um vídeo em Doha, no Catar, ocorre após o governo do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, suspender a entrada de ajuda humanitária no enclave e prometer o corte de energia e água na região no último domingo (02/03).
“A ocupação [israelense] pressiona para que as coisas voltem à estaca zero e para derrubar o acordo através das alternativas que propõe”, afirmou Osama Hamdan, alto funcionário do Hamas, na mensagem em vídeo.
Segundo o ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, “a decisão de interromper o ingresso da ajuda humanitária na Faixa de Gaza é o primeiro passo na direção certa”.

Ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, declarou que país planeja ‘ataque massivo, letal e rápido’ para deslocar palestinos de Gaza
“A próxima fase será um corte na eletricidade e na água em Gaza, seguido de um ataque massivo, letal e rápido que levará à conquista do território e ao encorajamento do plano de Trump para a migração da população”, disse, referindo-se ao desejo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de promover um deslocamento forçado da população palestina da Faixa de Gaza.
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A primeira etapa do cessar-fogo assinado entre Hamas e Israel encerrou-se no último sábado (01/03), porém o grupo islâmico mantém ainda cerca de 60 reféns no enclave, que deveriam ser devolvidos na próxima etapa do acordo.
A pausa na trégua levou Israel a voltar atacar o enclave palestino. Segundo a Al Jazeera, pelo menos duas pessoas foram mortas, nesta segunda-feira, no sul de Gaza. Entre 19 de janeiro e 1º de março, período de vigência do cessar-fogo, Tel Aviv também implementou ações militares na Cisjordânia, com a entrada de tranques de guerra na região.
(*) Com Ansa e informações da Al Jazeera