O grupo islâmico Hamas criticou neste domingo (23/02) a decisão de Israel de adiar a libertação de ao menos 600 prisioneiros palestinos no âmbito do cessar-fogo na Faixa de Gaza e disse que a medida coloca a trégua em risco.
Em comunicado, o Hamas cobrou que os mediadores pressionem Israel a cumprir o acordo de cessar-fogo e negou as acusações sobre o tratamento dos reféns.
“A cerimônia de entrega dos prisioneiros não inclui nenhum insulto, e sim reflete o tratamento nobre e humano reservado a eles”, disse o grupo.
Isso por que, o governo do premiê Benjamin Netanyahu postergou sua parte no acordo falando que o Hamas tem que se comprometer a não tratar mais os reféns de forma “humilhante”.
No sábado (22/02), o governo de Israel recebeu cinco dos seis últimos prisioneiros a serem liberados pelo Hamas na primeira fase do acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza, que começou em 29 de janeiro. Em contrapartida, era esperado que Tel Aviv libertasse os presos palestinos.
Desde o início da trégua, o Hamas faz uma cerimônia na Faixa de Gaza antes de entregá-los à Cruz Vermelha. No último sábado, um dos israelenses, Omer Shem Tov, se mostrou sorridente e chegou a dar beijos nas testas de dois combatentes islamistas.
Até o momento, o grupo palestino já restituiu 25 reféns israelenses vivos no âmbito do cessar-fogo, além de cinco tailandeses e quatro corpos de sequestrados mortos.

Governo israelense adiou libertação dos palestinos no sábado
Israel invade Cisjordânia
Paralelamente, o Exército israelense deslocou tanques de guerra e invadiu a Cisjordânia ocupada pela primeira vez desde 2002.
As tropas realizaram uma operação no território palestino e forçaram a evacuação de cerca de 40 mil pessoas de campos de refugiados em Jenin, Tulkarm e Nur Shams.
“Não voltaremos à realidade do passado. Continuaremos a desalojar os campos de refugiados e outros centros terroristas do Islã extremista”, disse o ministro da Defesa israelense, Israel Katz.
(*) Com Ansa.