As Brigadas Al-Qassam, o braço militar do Hamas, emitiu um comunicado nesta sexta-feira (14/02) revelando a identidade dos três prisioneiros israelenses que serão libertados no dia seguinte na Faixa de Gaza. De acordo com o anúncio, Alexander “Sasha” Trufanov, de 29 anos; Sagui Dekel-Chen, de 36 anos; e Yair Horn, de 46 anos, devem ser soltos no sábado (15/02), em conformidade com a primeira fase do acordo de cessar-fogo iniciada em 19 de janeiro.
O jornal israelense The Times of Israel, por sua vez, informou que o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu já foi notificado dos três homens que serão libertados por meio dos governos do Egito e do Catar, países que mediam o tratado de trégua no enclave. Entretanto, o veículo relata que o gabinete “se recusa a comentar” se o anúncio do Hamas significa a continuidade da implementação do cessar-fogo, ou não.
Pelo lado israelense, o Escritório de Mídia de Prisioneiros Palestinos citado pela emissora catari Al Jazeera indica que 369 reféns palestinos, dentre os quais 36 estão com sentenças de prisão perpétua, devem ser libertados também neste sábado. A declaração da entidade veio logo depois que o Hamas e a Jihad Islâmica Palestina confirmaram a soltura dos três prisioneiros israelenses.

A primeira fase do acordo de cessar-fogo entre Hamas e Israel, de 42 dias, começou em 19 de janeiro; até agora, 18 dos 33 prisioneiros israelenses foram soltos, em troca de cerca de 600 reféns palestinos
Acordo de cessar-fogo continua?
Na segunda-feira (10/02), o Hamas informou em um primeiro momento que adiaria, de forma indefinida, a próxima troca de reféns. O porta-voz Hudhaifa Kahlout, das Brigadas Al-Qassam, havia justificado a decisão devido às constantes violações israelenses às cláusulas do acordo de cessar-fogo no enclave, como atrasar o retorno dos deslocados ao norte de Gaza, atacar os palestinos e obstruir o fluxo de ajuda humanitária.
Em seguida, o presidente dos Estados Unidos e principal aliado do regime sionista, Donald Trump, alertou que “o inferno vai se soltar” caso os prisioneiros israelenses não fossem libertados até o meio-dia de sábado. Na mesma linha da Casa Branca, Netanyahu também alertou, por meio de suas redes sociais, para “combates intensos” em Gaza “se o Hamas não devolver os reféns até o meio-dia de sábado”.
Entretanto, na quarta-feira (12/02), um oficial de alto escalão do Hamas, Mahmoud Merdawi, antecipou que havia “sinais positivos” de que três prisioneiros israelenses seriam libertados neste sábado, dando, desta forma, continuidade ao acordo de cessar-fogo. Um dia depois, o grupo palestino emitiu um anúncio oficial sobre a manutenção da troca de reféns.
“O Hamas confirmou a posição de implementar o acordo assinado, incluindo a troca de prisioneiros segundo o cronograma determinado”, disse o movimento por meio de um comunicado no Telegram.
O governo israelense não fez nenhuma declaração oficial em relação à continuidade das tratativas, contudo já adiantou que “não haverá entrada de casas móveis ou equipamentos pesados na Faixa de Gaza”, uma das exigências do grupo palestino, como ajuda humanitária para a população palestina.
A primeira fase do acordo de cessar-fogo de 42 dias começou em 19 de janeiro. Até agora, 18 dos 33 prisioneiros israelenses previstos a serem libertados pelo Hamas retornaram a Israel, em troca de cerca de 600 reféns palestinos.