O Hamas alertou na noite de segunda-feira (08/07) que as últimas operações militares na Faixa de Gaza e as recentes medidas tomadas pelo primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu podem dificultar as negociações de cessar-fogo e libertação de reféns, colocando as discussões “de volta à estaca zero”.
“Enquanto o movimento Hamas demonstra flexibilidade e positividade para facilitar a obtenção de um acordo para deter a agressão sionista, Netanyahu está colocando obstáculos adicionais no caminho das negociações ao escalar sua agressão e crimes contra nosso povo”, afirmou o movimento palestino, em comunicado pelo Telegram.
A declaração foi dada após as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) intensificarem suas ofensivas na Cidade de Gaza e ordenarem uma evacuação massiva de civis em direção à região central do enclave, em Deir al-Balah. De acordo com a agência de notícias Reuters, trataram-se de ataques “mais pesados em nove meses de conflito”, que resultaram em bombardeios e dezenas de mortes.
As esperanças de um avanço nas negociações aumentaram na semana passada, quando o Hamas flexibilizou suas exigências para a implementação de um cessar-fogo. No entanto, o grupo palestino acusou que, mesmo com concessões, Netanyahu criou novos “obstáculos” ao estabelecer que qualquer acordo tivesse que incluir a retomada de operações militares em Gaza.
O ataque na segunda-feira aconteceu enquanto altos funcionários dos Estados Unidos estavam pressionando por um cessar-fogo, conforme relatado pela Reuters.
Segundo o grupo palestino, a nova ofensiva israelense teve como objetivo “atrapalhar as negociações” e pediu uma intervenção dos mediadores dos EUA, Egito e do Catar para impedir “os truques de Netanyahu”.
“[O ataque] pode trazer o processo de negociação de volta à estaca zero. Netanyahu e seu exército terão total responsabilidade pelo colapso deste caminho”, alertou o líder do Hamas, Ismail Haniyeh.