Um oficial de alto escalão do Hamas, Mahmoud Merdawi, indicou nesta quarta-feira (12/02) que há “sinais positivos” de que três prisioneiros israelenses serão libertados no sábado (15/02), em conformidade com o acordo de cessar-fogo alcançado com Israel. A informação foi concedida à agência de notícias Associated Press (AP).
Ainda segundo a AP, sob anonimato, uma autoridade egípcia próxima às negociações afirmou que o lado israelense estava prestes a concordar com a decisão tomada pelo Hamas, e que Tel Aviv se comprometeu a entregar mais tendas, abrigos e equipamentos pesados à Faixa de Gaza.
Já o governo de Israel não deu nenhuma declaração oficial de imediato.
O jornal israelense The Times of Israel, por sua vez, relatou que “o Egito e o Catar estavam intensificando os esforços para salvar o cessar-fogo de Gaza”, e que tanto as autoridades catari quanto palestinas estavam “otimistas”.
Na segunda-feira (10/02), o Hamas informou que adiaria, de forma indefinida, a próxima troca de reféns prevista para sábado, no âmbito da primeira fase do acordo de cessar-fogo. Segundo Hudhaifa Kahlout, o porta-voz das Brigadas Al-Qassam, braço militar do grupo palestino, a decisão havia sido tomada devido às constantes violações israelenses às cláusulas do tratado no enclave, como atrasar o retorno dos deslocados ao norte de Gaza, atacar os palestinos e obstruir o fluxo de ajuda humanitária.

Primeiras três prisioneiras israelenses sendo entregues pelo Hamas à Cruz Vermelha Internacional, no âmbito da primeira fase do acordo de cessar fogo em Gaza
Nos momentos seguintes, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou o grupo palestino que “o inferno vai se soltar” caso os prisioneiros israelenses não fossem libertados até o meio-dia de sábado.
Em conformidade com as ameaças da Casa Branca, na terça-feira (11/02), o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, publicou um vídeo em suas redes sociais alertando para “combates intensos” em Gaza “se o Hamas não devolver os reféns até o meio-dia de sábado”.
אם חמאס לא יחזיר את חטופינו עד שבת בצהריים – הפסקת האש תיפסק, וצה”ל יחזור ללחימה עצימה עד להכרעה סופית של החמאס pic.twitter.com/4Cx30kHGvN
— Benjamin Netanyahu – בנימין נתניהו (@netanyahu) February 11, 2025
Logo após a declaração do premiê, as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) informaram que estavam aumentando a presença no sul do país e mobilizando mais reservistas para se preparar contra “qualquer cenário”.
A primeira fase do acordo de cessar-fogo de 42 dias começou em 19 de janeiro. Até agora, 18 dos 33 prisioneiros israelenses previstos a serem libertados pelo Hamas retornaram a Israel, em troca de cerca de 600 reféns palestinos.
As negociações referentes à segunda etapa do acordo, que prevê a libertação dos reféns restantes e a retirada gradual e total das forças israelenses no território palestino, começaram na semana anterior. Embora ela deva ser implementada no começo de março, houve poucos sinais de progresso.