Em declaração realizada nesta sexta-feira (03/01), o representante do grupo palestino Hamas, Basem Naim, afirmou que sua delegação participará da mesa de diálogo convocada pelo Catar com o objetivo de buscar um acordo de cessar-fogo permanente na Faixa de Gaza, e que este seja aplicado “o mais rápido possível”.
O comunicado do negociador palestino veio à tona um dia antes da primeira reunião em Doha, na qual também estão presentes autoridades israelenses e diplomatas dos três países mediadores: Catar, Egito e Estados Unidos.
Segundo Naim, o Hamas está “seriamente empenhado em chegar a um acordo para um cessar-fogo permanente, que contemple a retirada total das forças israelenses de Gaza”.
O fim da ocupação no território palestino é uma condição que tem sido apresentada reiteradamente pelo grupo palestino nas diversas mesas de negociação realizadas desde novembro de 2023, e também reiteradamente negada por Tel Aviv, que insiste em só aceitar um acordo que inclua a manutenção de forças militares do país no território palestino.
Outra condição apresentada pelo Hamas para se chegar a um acordo de cessar-fogo diz respeito aos crimes de guerra e violações de acordos anteriores cometidos por Israel desde o início do massacre, em outubro de 2023.
O grupo palestino pede que Tel Aviv seja responsabilizada por esses episódios diante de tribunais internacionais, com ênfase nos diversos casos de bombardeios e ataques terrestres contra hospitais e campos de refugiados.

Basem Naim será o líder da delegação do Hamas na mesa de diálogo com Israel, que terá mediação de Catar, Egito e EUA
O Hamas também quer a criação de um corredor de segurança que permita a volta da população civil deslocada por conta da guerra e a criação de um fundo de apoio à reconstrução de Gaza.
Por sua parte, Israel exige a libertação imediata dos cerca de 100 reféns que continuam sequestrados pelo grupo palestino.
Além disso, o governo de extrema direita do premiê Benjamin Netanyahu, defende que a reconstrução de Gaza deve ser financiada e realizada pelo Estado de Israel, proposta que é rechaçada pelos palestinos, que consideram a iniciativa como uma tentativa de anexar o território.
Com informações de Al Jazeera.