O grupo palestino Hamas divulgou nesta sexta-feira (24/01) os nomes de quatro “soldados mulheres” que serão libertadas no sábado (25/01) em uma segunda rodada de trocas por prisioneiros palestinos mantidos por Israel, como parte do acordo de trégua de Gaza.
O gabinete do primeiro-ministro israelense confirmou, pouco depois, que havia recebido por mediadores uma “lista de reféns” que poderiam ser libertados, sem especificar se eles pertenciam ao Exército.
“As Brigadas Al-Qassam (braço armado do Hamas) e outros grupos da resistência libertarão os quatro prisioneiros no sábado e os entregarão ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV)”, disse uma fonte próxima ao Hamas. sob a proteção do anonimato, sem especificar o horário.
Os reféns são: Karina Ariev, Daniella Gilboa, Naama Levy e Liri Albag. De acordo com Bassem Naim, membro do gabinete político do movimento Hamas, sediado em Doha, os quatro reféns eram mantidos em Gaza desde 7 de outubro de 2023, conforme afirmou em entrevista por telefone à AFP. Eles serão trocados por um número desconhecido de prisioneiros palestinos mantidos em Israel.
Três jovens já foram libertadas no último fim de semana, restando então 26 reféns que poderão ser libertados nesta primeira fase. Os nomes foram divulgados, mas sem ordem cronológica.
A primeira fase da trégua atual, que deve durar seis semanas e começou no domingo (19/01), permitirá a libertação de 33 reféns em troca de cerca de 1.900 prisioneiros palestinos.

Entregue dos reféns faz parte da primeira fase da trégua atual entre Israel e Hamas
Manutenção do acordo de paz
A trégua tem sido respeitada desde domingo, exceto por alguns incidentes. Segundo o acordo, após a libertação dos quatro novos reféns, os deslocados “no sul da Faixa de Gaza começarão a retornar para o norte”, disse a autoridade do Hamas. “Um comitê egípcio-catariano supervisionará a implementação do acordo no local.”
“O acordo deve ser mantido, mas se não for, haverá muitos problemas”, alertou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, diante de repórteres, na quinta-feira (23/01).
A ofensiva do Hamas em 7 de outubro de 2023 resultou na morte de 1.210 pessoas do lado israelense, de acordo com uma contagem da AFP baseada em dados oficiais. Das 251 pessoas feitas reféns, 91 ainda estão em Gaza, incluindo 34 mortos, segundo o Exército.
Em retaliação ao ataque do dia 7 de outubro, Israel lançou um ataque devastador na Faixa de Gaza sitiada, que deixou pelo menos 47.283 mortos, a maioria civis, de acordo com dados do Ministério da Saúde de Gaza. A operação causou um desastre humanitário.