O grupo palestino Hamas aceitou nesta terça-feira (11/06) a resolução apresentada pelos Estados Unidos para um cessar-fogo imediato na guerra de Israel na Faixa de Gaza anunciada pelo presidente Joe Biden e aprovada no Conselho de Segurança da ONU.
Em declaração à agência Reuters, Sami Abu Zuhri, um alto funcionário do Hamas, explicou que o grupo está pronto para negociar os detalhes do acordo, acrescentando que cabe a Washington garantir que Israel o respeite.
“A administração dos EUA enfrenta um verdadeiro teste para cumprir os seus compromissos de obrigar a ocupação a acabar imediatamente com a guerra na implementação da resolução do Conselho de Segurança da ONU”, afirmou Zuhri.
De acordo com o alto funcionário, o grupo palestino aprova a fórmula que estabelece um processo gradual, em três fases, que envolvem a retirada das tropas israelenses, o fim permanente das hostilidades e a libertação de todos os reféns.
A confirmação é feita um dia após o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, se reunir com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, “que reafirmou o seu compromisso com o acordo de cessar-fogo proposto”, segundo o norte-americano.
O chefe da diplomacia dos EUA, que visita o território israelense, classificou também como “um sinal de esperança” a reação do Hamas, que já havia saudado a resolução aprovada no Conselho de Segurança da ONU.
Em Tel Aviv, Blinken deve se reunir com autoridades israelenses nesta terça para continuar as conversas sobre os planos para Gaza e intensificar os esforços para encerrar a guerra de Israel contra o Hamas, deflagrada desde o dia 7 de outubro e que já vitimou mais de 35 mil palestinos.
Resolução aprovada
O Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou na segunda-feira (10/05) uma resolução elaborada pelos Estados Unidos que consiste em um plano de cessar-fogo completo e imediato na Faixa de Gaza, incluindo a libertação incondicional de reféns e a garantia de assistência humanitária no enclave palestino.
A iniciativa foi apoiada por 14 dos 15 membros da organização internacional, enquanto a Rússia se absteve. Nenhum dos países se posicionou contra o documento.
A primeira fase propõe um cessar-fogo de seis semanas, durante o qual o Exército de Tel Aviv garantirá sua retirada das áreas povoadas de Gaza. Reféns, incluindo idosos e mulheres, serão trocados por centenas de prisioneiros palestinos. Além disso, civis também poderão retornar ao enclave, enquanto 600 caminhões transportarão ajuda humanitária diariamente.
Na segunda fase, ainda com um cessar-fogo em vigor, Hamas e Israel negociarão termos para o fim permanente das hostilidades.
A terceira fase seguirá com um cessar-fogo permanente, facilitando a reconstrução do enclave, incluindo 60% das clínicas, escolas, universidades e edifícios religiosos danificados ou destruídos pelas forças israelenses.
(*) Com Ansa.