Quarta-feira, 26 de março de 2025
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Após conversas com autoridades do Egito, um dos países que media o acordo de cessar-fogo em Gaza, o Hamas anunciou nesta quarta-feira (26/02) que chegou a um consenso com o governo de Israel referente ao atraso na libertação do sétimo lote de reféns palestinos.

A informação foi confirmada pelo porta-voz do grupo, Hazem Qassem, em entrevista à TV Al-Aqsa, durante a qual afirmou haver “garantias claras” que Tel Aviv libertará mais de 600 palestinos (a emissora catari Al Jazeera fala em 620 palestinos, enquanto o portal Middle East Eye fala em 602) em troca dos corpos de quatro prisioneiros israelenses. 

“Eles [palestinos] serão libertados simultaneamente com os corpos dos prisioneiros israelenses acordados para transferência durante a primeira fase, além de um número equivalente de mulheres e crianças palestinas que foram presas após 7 de outubro na Faixa de Gaza”, disse Qassem.

O governo do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu deveria ter libertado as centenas de reféns palestinos no último sábado (22/02), mas se recusou a fazê-lo. O premiê alegou supostas violações do acordo cessar-fogo pelo Hamas durante o retorno dos restos mortais dos três membros da família Bibas, bem como as cerimônias que o grupo tem realizado durante as trocas.

O Hamas ainda não forneceu detalhes a respeito de quando essa troca deve ocorrer. No entanto, de acordo com o jornal The Times of Israel, é possível que a libertação aconteça nas últimas horas desta quarta-feira, ou até mesmo no dia seguinte.

X/IDF
Hamas afirmou haver “garantias claras” que Tel Aviv libertará mais de 600 palestinos em troca dos corpos de quatro prisioneiros israelenses

Novos mecanismo para troca de reféns

A primeira fase de 42 dias do acordo de cessar-fogo expira neste sábado (01/03). Faltando menos de três dias, o Hamas revelou nesta quarta-feira que ainda não recebeu nenhuma proposta de Israel com relação à segunda etapa da tratativa.

Após o recente impasse na troca de reféns, o grupo palestino também destacou a necessidade de “um novo mecanismo” para qualquer nova libertação que ocorra nas próximas vezes, visando a garantia de que o governo de Netanyahu cumpra com seus compromissos.

No domingo (23/02), o Hamas condenou a decisão de Israel de adiar a libertação dos reféns e acusou Netanyahu de jogar “sujo para sabotar e minar” o acordo de cessar-fogo, ainda em sua primeira fase.

“A decisão de Netanyahu reflete uma tentativa deliberada de interromper o acordo, representa uma violação flagrante de seus termos e mostra a falta de confiabilidade da ocupação na implementação de suas obrigações”, disse Ezzat El Rashq, membro do escritório político do Hamas, em comunicado.