Quarta-feira, 26 de março de 2025
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A Cruz Vermelha, organização humanitária mediadora do cessar-fogo entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza e responsável pelas trocas de prisioneiros, confirmou nesta sexta-feira (21/02) ter recebido o corpo de Shiri Bibas, que deveria ter sido entregue pelo Hamas na última quinta-feira (20/02).

Segundo a emissora catari Al Jazeera, as Forças de Defesa Israelenses (IDF, como é chamado o exército do país) receberão o caixão da Cruz Vermelha “assim que houver coordenação”.

Antes da confirmação da entrega, as IDF afirmaram por meio de suas redes sociais que estavam investigando se o corpo da mulher israelense havia de fato sido devolvido pelo grupo palestino.

Shiri Bibas é uma mulher israelense que foi feita como refém pelo Hamas com seu marido, Yarden, e seus dois filhos, um de quatro anos (Ariel) e outro de oito meses (Kfir), em 7 de outubro de 2023.

Yarden foi libertado pelo Hamas em 1º de fevereiro durante uma das trocas de prisioneiros. Já Shiri e as duas crianças morreram na Faixa de Gaza. O Hamas afirma que as mortes deles e de outros reféns foram causadas pelos próprios ataques israelenses no enclave palestino.

Como o acordo de trégua previa a devolução de todos os 33 reféns vivos e os corpos dos que foram mortos, na última quinta-feira (20/02), os primeiros restos mortais, justamente os da família Bibas, foram entregues pelo grupo palestino.

@IDF/Fotos Públicas
Israel poderá receber restos mortais ‘assim que houver coordenação’, segundo organização mediadora

Contudo, quando os corpos entregues em caixões chegaram para análise no Instituto de Medicina Forense de Abu Kabir para identificação, revelou-se que o suposto corpo de Shiri não era compatível com seu DNA, mas sim com uma mulher palestina.

A situação causou tensões no acordo de trégua, de modo que Taher al-Nunu, oficial do Hamas, acusou o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, de perpetuar uma “série de mentiras” sobre o paradeiro do corpo.

“Dizemos claramente que estamos comprometidos com o acordo. Erros podem acontecer. Estamos investigando esse assunto”, declarou al-Nunu a Al Jazeera.

O representante do Hamas ainda culpou Netanyahu pela morte dos reféns, uma vez que ofereceram libertar os israelenses ainda com vida no início do conflito em troca de um cessar-fogo, proposta que rejeitada pelo governo de Israel.

Por meio de um comunicado, o grupo declarou que não tem interesse em “reter os restos mortais” dos reféns, além de ter garantido que examinou o processo de devolução dos cadáveres com a “seriedade”.

“Também apontamos a possibilidade de um erro ou sobreposição em relação aos corpos, o que pode ser resultado da ocupação [Israel] ter como alvo e bombardeado o local onde a família estava hospedada com outros palestinos”, informou o Hamas.

A resistência acrescentou que informaria os mediadores sobre as conclusões da investigação e que exigirá a devolução do corpo, que Israel disse pertencer a uma mulher palestina.

(*) Com Ansa e informações de Al Jazeera