O grupo palestino Hamas afirmou, nesta segunda-feira (16/09), que ainda tem amplos recursos para continuar a combater a ofensiva de Israel na Faixa de Gaza, apesar das perdas que sofreu em mais de 11 meses de guerra.
“A resistência tem uma grande capacidade de continuar”, declarou Osama Hamdan, membro do alto escalão do Hamas, durante uma entrevista à AFP na Turquia.
“Houve mártires e sacrifícios. Mas em troca, houve um acúmulo de experiências e o recrutamento de novas gerações na resistência”, acrescentou.
Segundo o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, as operações militares de Israel no enclave deixaram ao menos 41,2 mil civis mortos desde o início do conflito, em outubro de 2023, além de causar grave crise humanitária que atinge toda a população palestina, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).
Os dados, atualizados no último domingo (15/06), incluem 24 mortes no final de semana e revela que 95.337 pessoas ficaram feridas em quase um ano. A atual guerra foi deflagrada em 7 de outubro, quando o Hamas atacou o território israelense, deixando mais de mil mortos.
Já as negociações entre Tel Aviv e o grupo pelo fim da guerra estão entravadas. A última rodada foi finalizada no final de agosto no Cairo, no Egito, após quatro dias, sem consenso nas propostas apresentadas pelos mediadores.
Uma das principais divergências é a presença militar de Israel no território chamado pelas forças israelenses de “Corredor Filadélfia”, uma zona tampão de 14,5 km de extensão situada entre o sul da Faixa de Gaza e o Egito.
De acordo com fontes egípcias, os mediadores propuseram uma série de alternativas à presença dos soldados israelenses no “Corredor Filadélfia” e no corredor de Netzarim, que separa o norte e o sul da Faixa de Gaza. Mas as propostas foram recusadas por Israel e pelo Hamas.
O movimento criticou Israel por voltar atrás em sua promessa de retirada das tropas do “Corredor Filadélfia”, controlada pelas forças israelenses desde maio, como parte da ofensiva em Gaza. Israel também não concordou com a libertação de vários prisioneiros palestinos e exige que eles vivam fora dos territórios de Gaza.
O Hamas também discorda das novas condições estabelecidas por Israel para fechar um acordo. Entre elas, o controle de civis que retornam ao norte da Faixa de Gaza. “Não concordaremos em discutir mudanças apresentadas após as negociações de 2 de julho ou novas condições”, disse o representante Hamdan à época.
(*) Com Ansa