Em um discurso difundido nesta quinta-feira (19/09), o líder do grupo xiita Hezbollah, Hassan Nasrallah, comentou a onda de explosões de pagers e outros aparelhos eletrônicos registrada nos últimos dois dias em várias cidades do Líbano, e que produziu a morte de ao menos 37 pessoas e deixou centenas de feridos.
Logo no início da declaração, ele acusou Israel de promover atos terroristas e disse considerar as ações como uma “declaração de guerra”.
“Israel planejou deliberadamente um massacre, com o qual queria matar pelo menos 5 mil pessoas em questão de minutos”, afirmou Nasrallah no vídeo divulgado através das redes sociais.
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O líder xiita também disse que as explosões não atingiram apenas membros do Hezbollah, e que elas ocorreram em hospitais, mercados, estabelecimentos comerciais e até residências, além de veículos particulares e vias públicas, onde se encontravam milhares de civis, incluindo mulheres e crianças.
“Durante dois dias, terça e quarta-feira (17 e 18/09), o inimigo quis perpetrar um grande golpe humanitário e de segurança sem precedentes na história do Líbano, talvez até na história do mundo”, acrescentou o comandante do Hezbollah.
Nasrallah informou que o grupo xiita formou “vários comitês internos de pesquisa técnica, tecnológica e de segurança, que estão estudando todas as hipóteses de retaliação”, e assegurou que o grupo “irá se reerguer da agressão criminosa sofrida esta semana”.
Reações de Israel
Por sua parte, o governo de Israel não assumiu a autoria das ações no Líbano, apesar de alguns meios de comunicação dos Estados Unidos, como o jornal The New York Times, terem publicado declarações de funcionários da Defesa e da Inteligência israelenses admitindo que o país estaria sim por trás dessa operação.
Segundo o site Axios, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e o ministro da Defesa, Yoav Gallant, consultaram o Pentágono e a Casa Branca horas antes do início da série de explosões, para supostamente obter o respaldo norte-americano para tal operação.
Em paralelo a essas especulações, o que realmente aconteceu de forma oficial, nos mesmos dias em que acontecia a série de explosões no Líbano, foi o anúncio por parte do governo de Israel do que foi chamada de “nova fase da guerra” no Oriente Médio.
O próprio Gallant ordenou, nesta quarta-feira (18/09), o deslocamento de tropas para a fronteira entre os dois países e falando abertamente em uma possível operação terrestre em terras libanesas.
Com informações de Al Jazeera, Axios e The New York Times.