O Hezbollah disparou um míssil balístico em direção à sede do Mossad, perto de Tel Aviv, nesta quarta-feira (25/09). De acordo com o grupo libanês, o ataque teve como alvo o prédio onde a agência de inteligência e espionagem israelense planejava seus ataques usando dispositivos de comunicação, como pagers e walkie-talkies.
“A Resistência Islâmica lançou um míssil balístico ‘Qader 1’ às 6h30 (03h30 GMT) na quarta-feira, 25-9-2024, visando a sede do Mossad nos arredores de Tel Aviv”, confirmou o Hezbollah em comunicado. “Esta sede é responsável pelo assassinato de líderes e pela explosão de pagers e dispositivos sem fio.”
De acordo com o exército israelense, os sistemas de defesa aérea conseguiram interceptar o míssil disparado da área de Nafakhiyeh, no Líbano. Não houve relatos imediatos de vítimas.
Trata-se da primeira vez que o grupo, aliado do Hamas e apoiado pelo Irã, reivindica um ataque com mísseis balísticos desde outubro de 2023, quando as tensões com Israel se agravaram em decorrência da guerra em Gaza contra os palestinos.
O recente lançamento que, segundo o movimento, ocorreu “em apoio ao povo de Gaza” e “em defesa do Líbano e de seu povo”, é uma resposta à maior operação de ataques israelenses contra o território libanês iniciada nesta semana. Os bombardeios coordenados pelas forças de Israel já mataram pelo menos 569 pessoas no país, deixaram milhares de feridos e promoveram um deslocamento massivo.
Enquanto isso, o Hezbollah também reivindicou nesta quarta-feira um ataque de foguetes no norte de Israel, incluindo a região ocupada das Colinas de Golã e perto do Monte Carmelo, afirmando que tinham como alvo bases do exército.
Por outro lado, a emissora catari Al Jazeera relatou que, durante a noite do dia anterior até o amanhecer, Tel Aviv conduziu uma série de ataques aéreos, tratando-se de “uma das maiores campanhas de sua história”, com o uso de pelo menos 250 caças.
Ameaça de ofensiva terrestre no Líbano
De acordo com o jornal The Times of Israel, o chefe do Comando Norte das Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês), major-general Ori Gordin, declarou na terça-feira (24/09) que os militares israelenses precisam estar “fortemente preparados” para uma ofensiva terrestre no Líbano.
“Entramos em outra fase da campanha. A operação começou com um golpe muito significativo nas capacidades do Hezbollah, com ênfase nas capacidades [de foguetes], e um golpe muito significativo para os comandantes e membros da organização”, disse o alto funcionário israelense.
“Precisamos mudar a situação de segurança. Precisamos estar muito preparados para entrar [no Líbano] em uma manobra [terrestre]”, acrescentou.
As tensões entre Israel e o Hezbollah, que apoia o Hamas e a libertação da Palestina, têm se intensificado desde 8 de outubro de 2023. O ápice foi em julho deste ano, após a morte de duas lideranças: Ismail Haniyeh, líder do gabinete político do Hamas; e Fuad Shukr, alto comandante do Hezbollah. Atribuindo os assassinatos a Israel, o movimento libanês garantiu que responderia contra as forças inimigas.