O historiador antissionista israelense Ilan Pappe teve seu celular levado, foi detido e interrogado durante duas horas pelo Departamento Federal de Investigação (FBI) no aeroporto de Detroit, nos Estados Unidos, na última segunda-feira (13/05), segundo denunciou em suas redes sociais nesta quarta-feira (15/05).
O professor descreveu a ação como decisão “tomada sob pressão do lobby pró-Israel”, que “cheira a puro pânico e desespero, em reação ao fato de Israel se tornar, muito em breve, um Estado pária [uma nação cuja conduta é considerada fora das normais internacionais]” por sua ofensiva na Faixa de Gaza.
“Vocês sabiam que professores de história com 70 anos estão ameaçando a segurança nacional dos Estados Unidos?”, escreveu Pappe ao denunciar a ação da polícia norte-americana, que apenas devolveu seu celular após copiar todas as informações do aparelho.
Segundo o historiador, “a equipe de dois homens” que o interrogou “não foi abusiva ou rude, mas suas perguntas eram de outro mundo!”.
O professor descreveu que perguntas como “você é apoiador do Hamas?”; “você considera as ações israelenses em Gaza um genocídio?”; “qual a solução para o conflito?”; “quem são seus amigos árabes e muçulmanos nos Estados Unidos, há quanto tempo os conhece e que tipo de relacionamento tem com eles?” foram feitas a ele.
Pappe afirmou que ao responder as questões dos oficiais do FBI, “em alguns casos enviei-os para os meus livros, e em alguns casos respondi laconicamente sim ou não”, por estar “exausto após um voo de oito horas”.
“Eu sei que muitos de vocês tiveram experiências muito piores, mas depois que a França e a Alemanha negaram a entrada na Universidade do Reitor de Glasgow por serem palestinos, Deus sabe o que acontecerá a seguir”, complementou.