O trabalho da enfermeira palestina-americana Hesen Jabr de apoio às mulheres que perderam seus filhos no parto ou durante a gravidez rendeu a ela um prêmio entregue pela direção do Centro Médico NYU Langone, onde ela trabalha, porém, não foi suficiente para garantir sua liberdade de falar o que pensa sobre o que acontece na Faixa de Gaza.
Esta semana, a direção do centro médico informou a enfermeira que ela seria desligada do quadro de funcionários. O caso foi revelado por uma reportagem do jornal The New York Times.
Na matéria, Jabr afirma que a direção d NYU Langone disse que a decisão de demiti-la foi tomada em função do seu discurso durante cerimônia de premiação, realizada no começo de maio, no qual ela disse que “dói ver mulheres no meu país sofrerem perdas inimagináveis durante o genocídio que está acontecendo em Gaza”.
“Mesmo que eu não possa segurar suas mãos e confortá-las enquanto choram pelos filhos ainda não nascidos e pelas crianças que perderam durante este genocídio, espero continuar a deixá-las orgulhosas enquanto continuo a representá-las aqui em Nova York”, declarou a enfermeira, em outro momento do seu discurso.
O uso do termo “genocídio” em duas ocasiões durante a cerimônia, para se referir ao massacre promovido pelas forças militares de Israel na Faixa de Gaza desde outubro de 2023 foi considerado pelos superiores de Jabr como uma atitude que “ofendeu pessoas” e que “estragou a cerimônia”, razão pela qual foi decidida a sua demissão.
Um porta-voz do Centro Médico NYU Langone se pronunciou após a publicação da reportagem, afirmando que Jabr havia sido alertada em dezembro, após um “incidente semelhante” (porém não especificado), para não “trazer suas opiniões polêmicas sobre esta questão tão complexa, porque isso acaba gerando divisões no ambiente de trabalho”.
Com informações do The New York Times.