O presépio instalado no Vaticano amanheceu nesta quarta-feira (11/12) sem a kufiya palestina que envolvia imagem de Jesus desde a instalação da maquete, no último sábado (07/12), gerando imagem que provocou reações controversas em diversos países.
A imagem do presépio com a kufiya foi publicada originalmente pelo portal Vatican News, no último domingo (08/12), mostrando inclusive uma visita do papa Francisco ao local, indicando que o líder da Igreja Católica teria aprovado o uso da indumentária típica.
A obra foi fortemente criticada desde a divulgação da foto, especialmente por entidades ligadas aos grupos sionistas.
Segundo a agência italiana ANSA, o presidente da Federação da Amizade Hebraico-Cristã da Itália, Marco Cassuto Morselli, expressou “desconcerto” com o menino Jesus sobre uma kufiya.
Outro que se posicionou foi o rabino-chefe de Gênova, Giuseppe Momigliano, afirmando que o episódio é “particularmente inquietante”, e que “ignora a origem judaica de Cristo”.
Além da kufiya, a própria estatueta do menino Jesus foi retirada do presépio. Em comunicado, a equipe de imprensa do Vaticano afirmou que “o menino será colocado (no presépio) na noite entre 24 e 25 de dezembro”.
Sobre a kufiya, o órgão sede da Igreja Católica disse apenas que ele teria sido acrescentado à obra, no sábado, “de última hora”.
Também segundo o comunicado, o presépio teria sido montado por artistas palestinos de Belém, residentes no território da Cisjordânia ocupada.
Um desses artistas é Taisir Hasbun, que afirmou em entrevista ao Vatican News que o presépio é “uma ocasião para os cidadãos de Belém (terra natal de Cristo) serem ouvidos”.
“Esse é um modo de fazer com que os visitantes presentes na Sala Paulo VI saibam da nossa existência”, explicou o escultor.
(*) Com informações de ANSA e Vatican News.