Durante a reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas, nesta quarta-feira (31/07), sobre o ataque atribuído a Israel que matou o líder do Hamas, Ismail Haniyeh, no Irã, o representante do país na ONU, Amir Saeed Iravani, defendeu o direito de represália contra Tel Aviv.
De acordo com Iravani, o Irã tem o “direito inerente de autodefesa, de acordo com o direito internacional, para responder de forma decisiva a este ato terrorista e criminoso sempre que considerar necessário e apropriado”.
Da mesma forma, exigiu que o Conselho de Segurança da ONU aplicasse sanções contra Israel e descreveu as suas ações “como mais um ato de terrorismo contra os palestinos e qualquer pessoa que defenda a sua causa na região”.
O oficial iraniano ainda culpou os Estados Unidos e as autoridades de guerra em Israel pelo assassinato de Haniyeh. “A responsabilidade dos EUA como aliado estratégico e principal apoiador do regime sionista na região não pode ser ignorada neste crime horrível. Este ato não poderia ter ocorrido sem a autorização e o apoio da inteligência norte-americana”, denunciou.
Durante a reunião, o representante do Líbano na ONU, Hadi Hachem, questionou se os assassinatos cometidos por Israel na região foram em legítima defesa. Segundo ele, essa alegação é “uma demonstração de hipocrisia”, em referência ao assassinato de Haniyeh e de um comandante do Hezbollah, Fouad Shokr.
Hachem assegurou que “o verdadeiro objetivo de Israel é prolongar e aumentar as hostilidades”.
O representante do Líbano também alertou o Conselho de Segurança da ONU que um conflito no Oriente Médio teria repercussões globais.
Por outro lado, o embaixador da China na ONU, Fu Cong, disse que o agravamento das tensões se deveu ao fracasso das negociações para chegar a um cessar-fogo das hostilidades israelenses em Gaza.
Remarks by Ambassador Fu Cong at the UN Security Council Briefing on the Situation in the Middle East, Including the Palestinian Questionhttps://t.co/92njMILt4l pic.twitter.com/mPtbDQ6ytX
— Chinese Mission to UN (@Chinamission2un) July 31, 2024
O responsável chinês apelou aos países mais influentes para que enviem esforços para encerrar o conflito. Também descreveu o assassinato de Haniyeh como “uma tentativa flagrante de sabotar os esforços de paz”.
Fu Cong também instou Israel a pôr fim a todas as suas operações militares em Gaza e a à punição coletiva do povo palestino.
Outro país que se manifestou contra Israel foi a Rússia, presidente temporária do conselho e quem convocou a reunião a pedido do Irã. Seu representante descreveu o assassinato de Haniyeh como “um duro golpe nas negociações de trégua”.
Paralelamente, o representante do Japão, Shino Mitsuko, afirmou temer que a região esteja “à beira de uma guerra total”.
Entretanto, a França e o Reino Unido apelaram à contenção e a um cessar-fogo imediato em Gaza.
(*) Com TeleSUR