Desde a intensificação das operações militares no território palestino, em outubro de 2023, aproximadamente 46 mil empresas em Israel fecharam as suas portas. A informação é da Coface Bdi, uma empresa israelense especializada no fornecimento de dados comerciais para gestão de risco de crédito. O levantamento também aponta “graves prejuízos para a economia”, uma vez que a expectativa é de que cerca de 60 mil negócios declarem falência até o fim deste ano, especialmente nos setores de construção, comércio e serviços.
O relatório da Coface Bdi foi citado em reportagem pelo jornal israelense Maariv nesta quarta-feira (10/07), que ouviu o chefe da empresa, Yoel Amir, e classificou Israel como “um país em colapso”.
“Este é um número muito alto que engloba muitos setores. Cerca de 77% das empresas fechadas desde o início da guerra, que constituem cerca de 35 mil, são pequenas, com até cinco funcionários e são as mais vulneráveis da economia”, explicou Amir ao veículo.
Ainda segundo o representante, “todos os aspectos da economia israelense” foram danificados.
“Quando as empresas fecham e não têm capacidade de pagar dívidas, há também danos colaterais para clientes, fornecedores e empresas que fazem parte do seu ecossistema. Além do fechamento de empresas, houve uma queda acentuada na atividade em várias empresas e setores desde o início da guerra”, disse à reportagem.
O relatório aponta que a indústria da construção foi disparadamente a mais afetada, com um prejuízo de cerca de 27%. Em seguida, a indústria de serviços, com 19%. Em terceiro, a indústria agrícola, com um prejuízo de 17%, enquanto a comercial, 12%. A indústria de alta tecnologia e tecnologias avançadas teve um impacto negativo de 11% e, por fim, a alimentícia prejudicada em 6%.
A situação econômica é agravada pela falta de turismo estrangeiro, já que muitas das áreas “se tornaram zonas de guerra”, conforme o chefe da Coface Bdi. O mesmo ocorre nas regiões sul e norte do território ocupado, onde a falta de mão de obra em decorrência dos combates com grupos de resistência – como o Hezbollah, que apoia a causa palestina – prejudica o setor agrícola.
De acordo com o levantamento, o número estimado de empresas israelenses que devem falir neste ano, de 60 mil, chega próximo à situação vivenciada na pandemia em seu pior estágio, em 2020, quando 74 mil encerraram suas atividades no país.
“Estamos lidando com desafios muito difíceis, como escassez de mão de obra, queda nas vendas, alto ambiente de taxas de juros e altos custos de financiamento, problemas de transporte e logística, escassez de matérias-primas, falta de acesso a terras agrícolas em zonas de combate, indisponibilidade de clientes envolvidos no combate, dificuldades de fluxo de caixa, aumentos nos custos de aquisição e muito mais”, reconheceu Amir.