O exército israelense argumentou, neste domingo (12/05), que a operação militar em Rafah, na Faixa de Gaza, tem como principal objetivo “trazer para casa todos os reféns” feitos pelo grupo palestino Hamas nos ataques em 7 de outubro.
Apesar da fala de Daniel Hagari, porta-voz das Forças de Defesa de Israel, cerca de 30 pessoas foram presas em Tel Aviv durante um protesto que pedia a libertação dos reféns e a saída do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu do poder.
Segundo o jornal catari Al Jazeera, os manifestantes – familiares de reféns detidos em Gaza – ocupavam a rodovia Ayalon, na capital israelense, na noite deste sábado (11/05), pedindo que o governo Netanyahu faça esforços para recuperá-los. A mobilização foi reprimida com jatos de água.
Hagari, no entanto, acrescentou no comunicado que a guerra do país é contra o grupo armado e não a população do enclave palestino. Apesar da fala, os ataques israelenses contra a Faixa de Gaza já deixaram cerca de 35 mil mortos, a maioria mulheres e crianças.
O militar ainda declarou que as operações em Rafah, cidade fronteira entre Gaza e o Egito, e que abriga mais de um milhão de deslocados, são “limitadas e evitando áreas densamente povoadas”. Ainda adicionou que a ação resultou na “eliminação de dezenas de terroristas, descoberta de túneis e numerosas armas”.
Outro argumento de Hagari foi o convite ao deslocamento que as forças israelenses fizeram para os civis em Rafah. As Forças de Defesa de Israel (FDI) ordenaram, neste sábado (11/05), a evacuação de bairros no leste da cidade. O comunicado, feito por meio de panfletos, postagens nas redes sociais e mensagens por SMS, recomenda que a população deve se deslocar para “zona humanitária estendida”.
No entanto, apenas uma parcela dos civis evacuam a cidade, além das condições precárias que as zonas apresentam. De acordo com o jornal britânico The Guardian, o local já está com dificuldades de abastecimento de água, fornecimento de alimentos e cuidados com a saúde.
Hagari acrescentou que Israel está facilitando e coordenando a abertura de um novo hospital de campanha em Gaza e permitindo o fluxo de ajuda humanitária a Rafah através da passagem da estrada Salah Al-Din.
No entanto, apesar de suas declarações, a agência de defesa civil de Gaza disse que dois médicos foram mortos em um ataque aéreo em Deir al-Balah, na zona central do enclave.
(*) Com Ansa e Brasil de Fato